"Auto-conhecimento é o grande poder pelo qual nós compreendemos e controlamos nossas vidas." (Vernon Howard)
"O que reside atrás de nós e o que reside à nossa frente são de minúscula importância comparados ao que reside dentro de nós." (Oliver Wendell Holmes)
"Quão desesperadamente difícil é ser honesto consigo mesmo. É muito mais fácil ser honesto com as outras pessoas." (Edward Benson)
"O conhecimento de si mesmo é a mãe de todo conhecimento. Portanto estou incumbido conhecer a mim mesmo, me conhecer completamente, conhecer minhas minúcias, minhas características, minhas sutilezas, e cada átomo meu." (Kahlil Gibran)
"Para fazer boas coisas no mundo, primeiro você precisa saber quem é você e o que dá sentido à sua vida." (Robert Browning)
"É melhor ser odiado pelo que você é do que ser amado pelo que você não é." (André Gide)
"Nosso eu interior não é algo que se encontre. É algo que se cria." (Thomas Szasz)
"A verdadeira profissão do homem é encontrar seu caminho para si mesmo."
(Hermann Hesse)
"Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações." (Albert Einstein)
"O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma." (Abraham H. Maslow)
"A próxima fronteira não está somente à sua frente, ela está dentro de você."
(Robert K. Cooper)
"A mais profunda raiz do fracasso em nossas vidas é pensar, 'Como sou inútil e fraco'. É essencial pensar poderosa e firmemente, 'Eu consigo', sem ostentação ou preocupação." (Dalai Lama)
"Existe apenas um canto do universo que você pode ter certeza de aperfeiçoar, que é você mesmo." (Aldous Huxley)
"O mundo é um grande espelho. Ele reflete de volta o que você é. Se você é carinhoso, se você é bondoso, se você é prestativo, o mundo se mostrará carinhoso, bondoso e prestatito para você. O mundo é o que você é." (Thomas Dreier)
"Por favor, diga-me quem você é e o que você quer. E se você pensa que estas são questões simples, tenha em mente que a maioria das pessoas vive suas vidas inteiras sem chegar a uma resposta." (Gary Zukav)
"Quando eu me despojo do que eu sou, eu me torno o que eu poderia ser." (Lao Tsé)
"Na hora que você pega na bola, se você não sabe o que fazer com ela, tente outro esporte." (Julius Boros)
"Enquanto eu sou isso ou aquilo, eu não sou todas as coisas simultaneamente."
(Meister Eckhart)
"As pessoas se interessarão por você se você se interessar pelo que as faz se interessarem." (Frank Romer)
"Eu não creio que Deus se importa onde nos graduamos e o que fizemos para ganhar a vida. Deus quer saber quem nós somos. Descobrir isso é o trabalho da alma - é o nosso verdadeiro trabalho da vida." (Bernie Siegel)
"Você só consegue encontrar do lado de fora o que você possui em seu interior."
(Adolfo Montiel Ballesteros)
"A vida não examinada não vale a pena ser vivida." (Sócrates)
"Aquele que conhece os outros é sábio, aquele que conhece a si próprio é iluminado."
(Lao Tsé)
"De vez em quando você tem que fazer uma pausa e visitar a si mesmo." (Audrey Giorgi)
"Em cada respiração, surge a possibilidade de um novo aspecto de nós mesmos."
(Wayne Muller)
"As pessoas gastam uma vida inteira buscando pela felicidade; procurando pela paz. Elas perseguem sonhos vãos, vícios, religiões, e até mesmo outras pessoas, na esperança de preencherem o vazio que as atormenta. A ironia é que o único lugar onde elas precisavam procurar era sempre dentro de si mesmas." (Ramona L. Anderson)
"Não há nada mais genuíno do que se afastar do coral e aprender o som da sua própria voz." (Po Bronson)
"Somente podemos dizer que estamos vivos naqueles momentos em que nossos corações estão conscientes de nossos tesouros." (Thornton Wilder)
"O melhor modo de encontrar a si mesmo é se perder servindo aos outros."
(Mahatma Gandhi)
"Qualquer situação na qual você se encontre é um reflexo exterior do seu estado interior de existência." (El Morya)
"A maioria de nós está em contato com nossa intuição quer saibamos disto ou não, mas normalmente temos o hábito de duvidar dela ou contradizê-la tão automaticamente que nós nem percebemos que ela tem falado." (Shakti Gawain)
"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem." (Santo Agostinho)
"Sabemos o que somos, mas não o que poderíamos ser." (William Shakespeare)
"É preciso coragem para crescer e tornar-se o que você realmente é." (E. E. Cummings)
"Duas pessoas têm vivido em você por toda a sua vida. Uma é o ego, tagarela, exigente, histérico, calculista; a outra é o ser espiritual escondido, cuja silenciosa voz de sabedoria você somente ouviu ou reparou raramente - você revela em si mesmo o seu próprio guia sábio." (Sogyal Rinpoche)
"Precisamos continuamente olhar para dentro de nós mesmos. Observemos nosso ser interior, encontremos nossa voz única e aprendamos a prestar atenção a ela, e teremos então a experiência de vida que merecemos." (Dirk Benedict)
"As pessoas e circunstâncias ao meu redor não fazem de mim o que eu sou, elas revelam quem eu sou." (Dr. Laura Schlessinger)
"Você pode viver toda uma vida e, ao final dela, saber mais sobre outras pessoas do que você sabe sobre si mesmo." (Beryl Markham)
"Um único evento pode despertar dentro de nós um estranho totalmente desconhecido." (Antoine de Saint-Exupéry)
"Ser autêntico é literalmente ser seu próprio autor, discobrir suas próprias energias e desejos naturais, e então encontrar seu próprio modo de agir sobre eles." (Warren G. Bennis)
"Todos nós temos o extraordinário codificado dentro de nós, esperando para ser liberado." (Jean Houston)
"Misterioso e intimidante para contemplar, o cérebro humano é a coisa mais complexa que existe, e a tarefa mais difícil em que ele pode se empenhar é entender a si mesmo."
(David Noonan)
"Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão sobre nós mesmos." (Carl Gustav Jung)
"Afortunado realmente é o homem conhece precisamente e a si mesmo, e tem uma noção correta entre o que ele pode conseguir e o que ele pode usar." (Henri Cartier-Bresson)
"Existe aquela parte dentro de nós que se sente feia, deformada, inaceitável. Esta parte, acima de tudo, devemos aprender a gostar, aceitar, e chamá-la pelo nome."
(Macrina Wiederkehr)
"Um conhecimento verdadeiro de nós mesmos é conhecimento de nosso poder."
(Mark Rutherford)
Lê e sente, algumas aulas de escrita e diálogo de línguas latinas, notícias estonteantes e é claro o meu Blog.
Um abraço e apreciem o momento.
Friday, June 22, 2012
Teoria do conhecimento - Gnosiologia
O fenómeno do conhecimento é, ao mesmo tempo, um dos mais banais e dos mais difíceis de esclarecer. Pode dizer-se que desde que o homem é homem houve acontecimentos, mas só já numa fase adiantada da evolução humana é que se reflectiu sobre o próprio acto de conhecer.
De princípio, conhecem-se simplesmente as coisas e julga-se que elas se conhecem tais como são; não se pensa no acto do espírito pelo qual se obtém o conhecimento. Mais tarde, o homem verificou que os sentidos e a própria inteligência erravam e, por isso, começou a desconfiar e a pôr em dúvida o valor do seu conhecimento. Foi esta experiência do erro que obrigou o espírito a voltar-se das coisas para si próprio, a fim de analisar o próprio acto de conhecimento, saber o que ele é, determinar a sua essência, descobrir o seu mecanismo e resolver o problema do seu valor. Esta marcha crítica, quanto ao conhecimento, é obra essencialmente filosófica e só apareceu, quando o espírito humano atingiu um certo desenvolvimento - foi destas reflexões que nasceu a teoria do conhecimento ou gnosiologia, que se designa geralmente por problema crítico.
A teoria do conhecimento tem precisamente por objecto o estudo da possibilidade do conhecimento, da sua origem da sua natureza ou essência, do seu valor e limites e, ainda, do problema da verdade. O acto de conhecer é a actividade do espírito pela qual se representa um objecto ou uma realidade. É um acto do espírito e não uma simples reacção automática mais ou menos adaptada às circunstâncias; não é propriamente um acto de conhecimento o sentar-me na cadeira, mas sim o saber porque me sento e como me sento. O resultado do acto de conhecer é uma representação e, portanto, conhecer é representar alguma coisa distinta do sujeito que conhece.
Há, por conseguinte, no conhecimento três elementos: o sujeito que conhece, o objecto conhecido e a relação sujeito - objecto. Este objecto pode ser exterior ao sujeito, como por exemplo, a caneta com que escrevo; pode ser interior, como a maior tristeza ou o meu pensamento; e pode, ainda, identificar-se com o próprio sujeito, como ao procurar conhecer-me a mim próprio. Mas mesmo no caso de identificação do sujeito com o objecto, não deixam de existir aí os três elementos referidos, pois o "eu" que é conhecido apresenta-se ao "eu' conhecedor como uma realidade distinta, mas em relação com ele.
A história da filosofia mostra-nos que os problemas do conhecimento interessaram mais ou menos todos os filósofos desde a velha Grécia, mas sem constituírem uma parte autónoma da filosofia. Com efeito, a teoria do conhecimento ou gnosiologia, como disciplina própria, só apareceu na Idade Moderna, a partir de Locke, que, no seu livro "Ensaio sobre o entendimento humano", tratou directamente da origem, natureza e valor do conhecimento. Desde então, a teoria do conhecimento mereceu as atenções de muitos filósofos que nela têm visto uma das partes da filosofia, com o seu valor e lugar próprio no conjunto dos problemas filosóficos.
A teoria do conhecimento abrange, portanto os seguintes problemas:
1- Possibilidade do conhecimento: É possível conhecer a verdade e possuir a certeza? Ou, ao contrário não podemos passar as dúvida?- Dogmatismo, Cepticismo, Criticismo.
2- Origem do conhecimento - o nosso conhecimento procede apenas da experiência? Ou só da razão que usa certos dados chamados apriorísticos para organizar a experiência ? Ou ainda procederá o conhecimento da experiência e da razão ? - Empirismo, Racionalismo e Empírico-racionalismo.
3- Natureza ou essência do conhecimento - o conhecimento será uma representação ou modificação do sujeito, provocado pelos objectos existentes, independentemente do sujeito conhecedor ? Ou uma modificação puramente subjectiva criada pela consciência? - Realismo e Idealismo.
"(...) Quando se atenta no mundo que nos rodeia, não pode negar-se que ele aparece como uma inata variedade de fenómenos e de relações em movimento perpétuo.
Um número infinito de fenómenos e de relações, agindo uns sobre os outros e a que nem o homem escapa - tudo está no todo que flui -, eis o que uma observação atenta não pode deixar de revelar.
Porém, isso far-nos-á desesperar de conhecer, de saber se é possível conhecer o mundo externo ? Terá de levar-nos à conclusão de que o homem é prisioneiro do seu próprio pensamento, sem possibilidade de conhecer o universo que o rodeia ? É claro que não.
Neste momento registemos esta primeira conclusão que nos leva a outra - é que o conhecimento é um processo, um processo complexo em que há, por um lado, o homem com o seu pensamento e, por outro, dele desligado, o universo externo. (... ) O conhecimento é um processo. Nele podem, porém, distinguir-se várias fases com aspectos qualitativos diversos (fisiológicos, psíquicos, lógicos). Da sensação à percepção, da imagem captada por esta à elaboração racional, e depois à acção material do homem, à sua prática individual e à prática social conjunta, tanto acumulada ao longo do tempo como de uma colectividade em dada fase da sua evolução, eis o conjunto de elementos que se integram para produzir o conhecimento.
A Castro, A Evolução Económica de Portugal
1- O PROBLEMA DA POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO:
Reflectir sobre o conhecimento consiste em questionar o mesmo, o que significa que a própria problematização do conhecimento implica também questionar o valor dos conhecimentos humanos, ou seja, indagar sobre os critérios que permitem reconhecer uni conhecimento como verdadeiro. O que é que assegura ao homem que dado conhecimento é verdadeiro e não falso ? O homem pode conhecer a realidade e ter a certeza daquilo que conhece ?
Qual é então o critério que lhe permite reconhecer a verdade ?
A estas questões os filósofos foram respondendo de modos diferentes, dando origem a diferentes concepções teóricas, das quais se destacam duas teorias opostas: uma afirmativa - o Dogmatismo -, e outra negativa - o Cepticismo.
1.1 O Dogmatismo
O dogmatismo é a doutrina que admite a possibilidade do conhecimento certo. Assim como o realismo é a atitude natural do homem face ao mundo, o mesmo é válido para o dogmatismo: a percepção de um qualquer objecto leva-o a crer, naturalmente, na existência do mesmo não pondo sequer a dúvida de que o conhecimento desse objecto possa ser posto em causa.
O dogmatismo corresponde, portanto, à atitude de todo aquele que crê que o homem tem meios para atingir a verdade, assim como para ter a certeza de que a alcançou, pois considera que existem critérios que lhe permitem distinguir o verdadeiro do falso, o certo do duvidoso. O dogmático não se confronta com a dúvida, na medida em que não problematiza o conhecimento, ele parte simplesmente do pressuposto da possibilidade do conhecimento, tomando este como um dado adquirido, como algo que nem sequer é posto em questão.
"Dogmatikós em grego significa , "que se funda em princípios" ou ,é relativo a uma doutrina. (... ) Dogma é um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa. Na religião cristã, por exemplo, há o dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a qual não deve ser confundida com a existência de três deuses, pois se trata apenas de um Deus é uno . Não importa se a razão não consegue entender, já que é um princípio aceite pela fé e o seu fundamento é a revelação divina. (... ) Quando transpomos esta ideia de dogma para áreas estranhas à religião, ela passa a ser prejudicial ao homem que, uma vez, na posse da verdade, se fixa nela e abdica de continuar a busca. O mundo muda, os acontecimentos sucedem-se e o homem dogmático permanece petrificado nos conhecimentos dados de uma vez por todas. Refractário ao diálogo, teme o novo e não raro torna-se intransigente e prepotente. Disse Nietzsche filósofo alemão do século XIX, que "as convicções são prisões". Quando o dogmático resolve agir, o fanatismo é inevitável. Em nome do dogma da raça ariana, Hitler cometeu o genocídio dos judeus nos campos de concentração."
Aranha, e Martins, Filosofando - Introdução à Filosofia
"Dogma em grego significa, o que se manifesta como bom, opinião, decreto, doutrina. (...) Em filosofia, contudo, nunca a autoridade é, só por si, argumento decisivo: a própria verdade necessita de uma fundamentação interna que satisfaça as exigências da razão. Por isso, o termo adquiriu, frequentemente, sentido pejorativo, significando a adesão a alguma doutrina, sem prévia fundamentação crítica. O problema levantou-se. sobretudo, a propósito do problema gnosiológico.(...)"
Fragata, J."Dogmatismo " in Enciclopédia Logos, p. 145
A atitude habitual do homem comum é, de certo modo, próxima do dogmatismo. Habitualmente, não nos questionamos acerca do valor do conhecimento, não pomos em causa a nossa capacidade para estabelecer a verdade em determinadas áreas, não procuramos indagar da possibilidade da relação cognitiva sujeito-objecto e dos fundamentos dessa relação cognitiva. Para o senso comum, aquele conhecimento vulgar e banal, superficial e acrítico, a existência do objecto em si não é questionada, nem sequer a adequação ou inadequação do nosso conhecimento sensivel a esse objecto: "O senso comum responde logo que sim, que esse algo existe".
1.2 O Cepticismo:
O cepticismo é uma atitude pessimista que o homem tem face à possibilidade de poder alcançar um conhecimento verdadeiro; é a doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir qualquer verdade com certeza absoluta. O cepticismo, na sua forma radical, nega totalmente a capacidade do sujeito para conhecer algo verdadeiramente, o que acaba por ser uma posição insustentável e contraditória, pois ao afirmar a impossibilidade de alcançar um conhecimento verdadeiro, está já a supor uma verdade - a verdade de que não há nada de verdadeiro.
Esta posição foi assumida, pela primeira vez, por volta de 270 a.C., por Pirrón. Este pensava que nada pode ser considerado verdadeiro ou falso, bom ou mau, belo ou feio, uma vez que o espírito é incapaz de afirmar ou negar seja o que for, por falta de motivos sólidos para o fazer. É, pois, de evitar afirmar ou negar o que quer que seja, isto é, deve suspender-se o juízo (epoché).
Já na Idade Moderna, Montaigne e Hume manifestaram uma atitude céptica; o primeiro no campo da reflexão ética, o segundo quanto à metafísica. De facto, o empresta David Hume, ao reduzir o conhecimento possível aos limites do observável (da experiência), nega a possibilidade de se atingir a certeza e a verdade reduzindo o conhecimento à probabilidade e plausibilidade.
"Skepticós em grego significa "que observa", "que considera". O céptico tanto observa e tanto considera, que conclui pela impossibilidade do conhecimento. Confrontando as diversas filosofias, percebe que são diferentes e ás vezes contraditórias, concluindo que é impossível aderir a qualquer uma delas.
Enquanto o dogrnático se apega à certeza de uma doutrina, o céptico conclui pela impossibilidade de toda a certeza e, neste sentido, considera inútil esta busca infrutífera que não leva a lugar nenhum. "
Aranha, e Martins o.p.citad
1.2.1 David Hume e o Cepticismo:
(...) É pois em vão que tentaremos determinar um só acontecimento, ou descobrir uma causa ou um efeito sem o auxílio da observação e da experiência.
Podemos, a partir daí, descobrir a razão pela qual nenhuma filosofia razoável e modesta conseguiu alguma vez indicar a causa última de uma operação natural, nem mostrar claramente a acção do poder que produz um só efeito no universo. Há acordo geral quando se afirma que o esforço último da razão humana é o de reduzir os princípios que produzem os fenómenos naturais a uma maior simplicidade e os numerosos efeitos particulares a um pequeno número de causas gerais por meio de raciocínios tirados da analogia, da experiência e da observação. Mas será em vão que tentaremos descobrir as causas destas causas gerais; e nunca ficaremos satisfeitos com uma explicação particular. Estas causas e estes princípios últimos serão sempre completamente subtraídos à curiosidade e investigação do homem.»
David Hume, Ensaio sobre o entendimento humano,
2- O PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO:
De onde nos vêm as representações que nos servimos para compreender a realidade? De onde procede, fundamentalmente, o conhecimento ? Para que o conhecimento se possa considerar um autêntico conhecimento, é preciso que seja universal e necessário e, ao mesmo tempo, se aplique à realidade, que é singular e contingente. De onde deriva o conhecimento, de modo a satisfazer estas duas condições ? Se procede apenas da experiência satisfará a segunda, mas não a primeira - se é obtido só pela razão, terá carácter universal e necessário, mas não valerá da realidade.
Foi esta dificuldade que dividiu todos os filósofos em duas correntes opostas Empirismo e Racionalismo -, que o Empírico - Racionalismo procura conciliar. O Empirismo diz-nos que o conhecimento provém fundamentalmente da experiência sensível e a esta se reduz, não podendo elevar-se acima dos dados experimentais - por isso se diz que o conhecimento é "a posteriori". O Racionalismo, pelo contrário, valoriza, sobretudo a razão, que organiza, unifica e dá sentido aos dados recebidos espontaneamente da consciência. O Racionalismo, não encontrando na experiência, singular e concreta, explicação para o carácter geral e abstracto do conhecimento, afirma que a razão recebe certas ideias gerais que lhe servem para conhecer a realidade, ou cria certos dados chamados apriorísticos, com os quais organiza e interpreta a experiência - por isso se diz que o conhecimento é "a priori". Finalmente, a corrente Empírico-racionalista afirma que o conhecimento procede da experiência, mas não se reduz à experiência, para estes o conhecimento resulta dum processo de transformação de uma matéria prima dada pelos sentidos e elaborada pela capacidade organizacional do sujeito.
2.1 O Racionalismo:
Descartes, Leibniz e Spinoza são alguns dos representantes do racionalismo. Esta doutrina filosófica afirma que o conhecimento humano tem a sua origem na razão, que possui, ou representações inatas, ou capacidade de criar representações (Ideias gerais) dos objectos, às quais a realidade se submete. Deste modo, é sobre as ideias inatas que (segundo Descartes são as únicas que obedecem ao critério da clareza e da distinção) se constitui um conhecimento que pode ser considerado verdadeiro porque logicamente necessário e universalmente válido.
Os juízos determinados pela experiência não apresentam essas características, por isso, concluem os racionalistas, o verdadeiro conhecimento não pode fundamentar-se na experiência, mas sim na razão.
A matemática, um conhecimento predominantemente conceptual e dedutivo, é o modelo de conhecimento que serviu de base à interpretação racionalista, pois todos os conhecimentos matemáticos derivam de alguns conceitos gerais tomados como ponto de partida dos quais se concluem todos os outros, de acordo com as leis do pensar correcto, que foram definidas, como sabemos, pela ciência da lógica.
2.2 O Empirismo:
Enquanto que os filósofos racionalistas adoptam as matemáticas como o modelo de conhecimento a construir, Locke, Berkeley e Hume adoptam as ciências experimentais como modelo de conhecimento. Daí que todo o conhecimento comece pelos dados oriundos da experiência sensível, ao mesmo tempo que negam que a razão possua ideias inatas.
Vejamos agora um texto muito célebre, no qual Locke retoma a antiga tese da alma como "tábua rasa", na qual só a experiência inscreve conteúdos:
"Admitamos pois que, na origem, a alma é como que uma tábua rasa, sem quaisquer caracteres, vazia de ideia alguma: como adquire ideias? Por que meio recebe essa imensa quantidade que a imaginação do homem, sempre activa e ilimitada, lhe apresenta com uma variedade quase infinita? Onde vai ela buscar todos esses materiais que fundamentam os seus raciocínios e os seus conhecimentos? Respondo com uma palavra: à experiência. É essa a base de todos os nossos conhecimentos e é nela que assenta a sua origem. As observações que fazemos no que se refere a objectos exteriores e sensíveis ou as que dizem respeito às operações interiores da nossa alma, que nós apercebemos e sobre as quais reflectimos, dão ao espírito os materiais dos seus pensamentos. São essas as duas fontes em que se baseiam todas as ideias que, de um ponto de vista natural, possuímos ou podemos vir a possuir."
John Locke, Essay concerning human understanding, Collins, Livro 1, cap. II, p. 68
De facto, os empiristas, para justificarem a sua posição, vão buscar os argumentos às ciências experimentais, à evolução do pensamento e do conhecimento humanos. Ou seja, se as ideias fossem inatas, como pretendem os racionalistas, como justificar a sua ausência nas crianças? Por outro lado, nas ciências experimentais o conhecimento resulta da observação dos factos, na qual a experiência desempenha um papel fundamental. Deste modo, os empiristas são levados a privilegiar a experiência em detrimento da razão.
2.3 O EMPÍRICO - RACIONALISMO:
Nem o racionalismo nem o empirismo são respostas totais aos problemas que pretendem resolver. O racionalismo opõe-se ao empirismo, e a doutrina empírico-racionalista representa uma tentativa de estabelecer a mediação entre estas duas, afirmando que o conhecimento se deve à comparticipação da experiência e da razão.
O maior representante desta corrente é Kant, um filósofo alemão do séc. XVIII, que abordou a questão da origem do conhecimento procurando conciliar as duas doutrinas acima referidas - de facto, para Kant, todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela. Os elementos múltiplos, diversos e contingentes fornecidos pela experiência são integrados em conceitos que o próprio entendimento possui a priori. Deste modo, a experiência fornece a matéria, o conteúdo do conhecimento, enquanto que o entendimento lhe dá uma certa forma; o que significa que o conhecimento é sempre o resultado da junção de uma forma com uma matéria.
2.3.1 O apriorismo ou criticismo de Kant
Kant vai analisar criticamente ambas as doutrinas - o racionalismo e o empirismo -, concluindo da insuficiência de cada uma delas, se perspectivadas de um ponto de vista disjuntivo. Porém, se se conciliarem, talvez resolvam mais satisfatoriamente os problemas.
Kant considera, pois, que o conhecimento não pode fundamentar-se unicamente na razão, como pretendiam os racionalistas, mas também não pode reduzir-se unicamente aos dados da experiência. Esta é antes fonte dos dados recebidos pela nossa sensibilidade, mas devidamente organizados por determinados conceitos existentes no nosso conhecimento, conceitos que não derivam da experiência, pois são-lhe independentes o anteriores - são os conceitos puros do entendimento, a priori, e daí chamar-se apriorismo à doutrina desenvolvida por Kant. Então, para Kant, o conhecimento é como que o resultado de um processo de transformação de uma matéria prima dada pela experiência e apreendida pelo entendimento como tendo determinada significação.
"0 nosso conhecimento procede de duas fontes fundamentais do espírito: a primeira é o poder de receber as representações (a receptividade das impressões), a segunda, o de conhecer o objecto por meio dessas representações (espontaneidade dos conceitos). Pelo primeiro, um objecto é-nos dado; pelo segundo, ele é pensado em relação com esta representação (como simples determinação do espírito). Intuição e conceitos constituem, portanto, os elementos de todo o nosso conhecimento; de maneira que nem os conceitos sem uma intuição que lhes corresponda de algum modo, nem uma intuição sem conceitos, podem dar um conhecimento. (... )
Se chamamos sensibilidade à receptividade do nosso espírito, a capacidade que tem de receber representações na medida em que é afectado de alguma maneira, deveremos, em contrapartida, chamar entendimento à capacidade de produzirmos nós mesmos representações ou à espontaneidade do conhecimento. A nossa natureza implica que a intuição não pode nunca ser senão sensível , quer dizer, que contém apenas a maneira como somos afectados pelos objectos, enquanto o poder de pensar o objecto da intuição sensível é o entendimento. Nenhuma destas duas propriedades é preferível à outra."
Kant, Crítica da Razão Pura
Quer isto dizer que se não pode haver conhecimento sem experiência, continuamos a não ter conhecimento se nos limitarmos exclusivamente a esta. O mesmo se passa em relação à razão. Como sabemos, o verdadeiro conhecimento é aquele que, para além de permitir a sua adequação ao real que se quer conhecer, é também universalmente válido e necessário. O primeiro aspecto pressupõe a experiência como modo do homem contactar com a realidade, o segundo aspecto advém-lhe do facto de existirem conceitos e categorias que são a priori e, como tal, possuem as características de universalidade e de necessidade.
2.3.2 O Construtivismo de Piaget
Como apontamento final, não podíamos deixar de referir aqui a teoria operatória ou psicogenética de Piaget, que contribuiu igualmente para a compreensão do fenómeno de conhecimento como construção: tal como Kant, também Piaget considera que o conhecimento resulta dum processo de transformação de uma matéria prima dada pelos sentidos e elaborada pela capacidade organizacional do sujeito; pelo que a sua teoria se enquadra na corrente empírlco-racionalista de que temos vindo a ocupar-nos.
Como já vimos, Piaget no nosso século, retoma a ideia do conhecimento como uma construção por parte do sujeito a partir dos dados fornecidos pela experiência, procurando a sua justificação psicológica. Ao estudar como se formam as estruturas e as categorias que permitem o funcionamento da inteligência, Jean Piaget dá ao apriorismo de Kant uma versão biologista. Segundo a teoria operatória, o organismo tem que possuir determinadas características que tornem possível a troca de informação com o meio e a construção de conhecimento que, deste modo, não é dado nem é cópia do real. O conhecimento é, assim, fruto de uma interacção entre o sujeito e o meio implicando, por um lado a experiência sensível e, por outro, as estruturas cognitivas de que todo o sujeito é dotado e que lhe permitem construir o seu conhecimento com base nessa mesma experiência.
3. O PROBLEMA DA NATUREZA DO CONHECIMENTO:
Em todo o acto de conhecimento, como vimos, podemos considerar três elementos: o sujeito que conhece, o objecto conhecido e a relação entre o sujeito e o objecto. Para conhecer, o sujeito tem como que sair de si mesmo para ir ao encontro do objecto e apreender as suas propriedades, de modo a representá-lo no espírito. O conhecimento apresenta-se, assim, como uma representação na consciência.
Pode perguntar-se agora: essa representação foi provocada pelo objecto existente fora do sujeito? Neste caso, o conhecimento tem valor objectivo, porque atinge uma realidade que existe independentemente da nossa representação; o conhecimento é a representação das coisas de facto existentes. Ou essa representação será simplesmente uma criação da nossa consciência, à qual nada corresponde fora do sujeito ou, se corresponde, é como se não existisse, porque não pode conhecer-se? O conhecimento, assim, terá unicamente valor subjectivo; representará as modificações subjectivas e atingirá os nossos estádios de consciência.
Ora, perguntar pela natureza do conhecimento consiste precisamente em indagar qual dos dois pólos, sujeito ou objecto do conhecimento, é determinante; ou seja, se o que se conhece directamente é a representação do real, poder-se-á considerar que se conhece efectivamente o real ou apenas a sua representação, a sua imagem? Em resposta a esta perguntas temos duas teorias opostas: o Realismo e o Idealismo.
3.1 O Realismo:
A nossa atitude habitual é acreditar que existe um mundo de objectos físicos que existem independentemente do facto de estarem a ser percebidos por um sujeito, que são causa das nossas percepções e que estas nos dão a conhecer o mundo tal como ele é em si. Esta atitude é habitualmente designada por Realismo. doutrina que afirma que por meio do conhecimento atingimos uma realidade distinta da nossa representação e independente dela, mas que lhe corresponde. Por outras palavras, o realismo admite a existência da realidade exterior (ou do mundo externo) como sendo coisa distinta do pensamento ou das nossas representações, o que significa que, para o realismo, o nosso conhecimento atinge a própria realidade e não apenas as representações subjectivas - atinge o que é, e não o que pensamos que seja.
"0 homem da rua, que não reflectiu muito sobre o problema da percepção e do mundo físico, é realista: crê que existe um mundo físico que está aí, quer o percebamos ou não, e que podemos saber diversas coisas sobre ele. As cinco crenças seguintes parecem ser partilhadas por todos os seres humanos, e o conjunto constituído pelas quatro primeiras fundamenta a opinião que, às vezes, se denominou "realismo ingénuo".
1. Existe um mundo de objectos físicos (árvores, edifícios, colinas, etc.).
2. Pode conhecer-se a verdade dos enunciados acerca destes objectos por meio da experiência sensorial.
3. Estes objectos não só existem quando estão a ser percepcionados, como também quando não estão a ser percepcionados. São independentes da percepção.
4. Por meio dos nossos sentidos, percepcionamos o mundo físico quase tal qual ele é. Em geral, as nossas pretensões ao seu conhecimento, estão justificadas.
As impressões que temos das coisas físicas nos sentidos, são causadas por essas mesmas coisas físicas. Por exemplo, a minha consciência da mesa é causada pela própria mesa. Porém, não há uma única destas proposições que não tenho sido questionada por pessoas que sobre elas pensaram de modo sistemático. Qual poderia ser a base da sua dúvida ?"
3.2 O ldealismo:
Contrariamente ao realismo, o idealismo afirma que o objecto de conhecimento é produto do espírito, o que significa que o conhecimento é produto do sujeito e que as coisas não são mais do que conteúdos de consciência. Berkeley, por exemplo, pensava que o mundo exterior que percepcionamos só existe na nossa percepção. Daí a expressão: esse = percipi, isto é, há uma identidade entre o ser de algo e o ser apercebido.
O idealismo não nega propriamente a existência do mundo externo, mas reduz este às representações, ou seja, ao pensamento, às ideias. Como tal, o nosso conhecimento atinge apenas as modificações subjectivas e não a própria realidade - atinge o que pensamos e não o que é.
"Chama-se idealismo a toda a doutrina - e às vezes a toda a atitude - segundo a qual o mais fundamental, e aquilo pelo qual se supõe que se devem orientar as acções humanas, são ideais - realizáveis ou não, mas quase sempre imaginados como realizáveis. Então, o idealismo contrapõe-se ao realismo, entendido como a doutrina - e às vezes a atitude - segundo a qual o mais fundamental, e aquilo pelo qual se supõe que se devem orientar as acções humanas são as 'realidades' - as 'duras realidades' (... ). Considerando, pois, o idealismo como idealismo moderno e tendo em conta que o ponto de partida do pensamento idealista é o sujeito, pode dizer-se que este constitui um esforço para responder à pergunta: 'Como podem, em geral, conhecer-se as coisas ?' (... ) Para o idealismo, 'ser' significa primariamente 'ser dado na consciência, no sujeito, no espírito', 'ser conteúdo da consciência, do sujeito, do espírito', 'estar contido na consciência, no sujeito e no espírito.'
Mora, J.F., Dicionário de Filosofia, tomo I
4- O PROBLEMA DO VALOR DO CONHECIMENTO:
Posto isto, podemos agora perguntarmo-nos: o nosso conhecimento intelectual terá valor objectivo e absoluto, ou apenas valor subjectivo e relativo ?
Terá valor objectivo se atingir o real, a essência das coisas, os objectos, tendo também, assim, um valor absoluto, pois sendo imutável a realidade essencial, também o respectivo conhecimento terá carácter absoluto - realismo. Terá carácter subjectivo, se apenas atingir as modificações subjectivas, a maneira como pensamos a realidade, o que as coisas são para nós e não a própria realidade em si e, por isto, também terá valor relativo, porque vale só para nós e para todos os seres constituídos como nós - relativismo.
O valor e limites do conhecimento estão dependentes da atitude que se tomar quanto à sua origem e à sua natureza. Assim, o empirismo, o racionalismo. e o idealismo são teorias relativistas, enquanto que o empírico-racionalismo e o próprio realismo conferem ao conhecimento valor absoluto.
Senão vejamos:
para o Empirismo, o conhecimento tem um valor relativo; não só porque varia com a experiência (o que é verdadeiro para a experiência deste mundo poderá não o ser para um mundo diverso), mas porque se limita a conhecer os fenómenos e, por isso, vale só para o mundo constituído pelos fenómenos.
para o Racionalismo, a realidade é interpretada em função de certos dados da razão que traduzem as possibilidades do espírito humano nesse sentido e, assim, o seu valor também é relativo, urna vez que é válido apenas para os seres que tenham uma constituição psicológica como a nossa.
para o Idealismo, o conhecimento tem valor puramente subjectivo e relativo, limitando-se o homem a conhecer apenas as suas modificações subjectivas, às quais nada de material corresponde na realidade (Berkeley), ou a conhecer as aparências da realidade - os fenómenos - e não a realidade em si - os númenos (Kant).
Estas três doutrinas são, portanto relativistas
Mas outras há que conferem ao conhecimento um valor objectivo e absoluto:
para o Empírico-Racionalismo e para o realismo o conhecimento tem um valor objectivo e absoluto, porque atinge o fundo da realidade ou a sua essência, não se limitando ao conhecimento das suas aparências ou das suas manifestações. De facto, para estas duas doutrinas, o conhecimento, por ser fruto de elaboração intelectual a partir das realidades percepcionadas, tem valor objectivo, porque as características gerais (ideias) que afirmamos dos indivíduos, ou das coisas, existem de facto nelas. O mundo do conhecimento não é, portanto, uma cópia do mundo real, mas é uma construção intelectual e técnica, a partir dessa mesma realidade.
É conveniente precisar em que sentido é que o conhecimento do homem tem valor absoluto. Quando falamos no conhecimento como valor absoluto, não estamos a dizer que conhecemos a realidade total e perfeitamente, pois, sob este aspecto, o conhecimento é relativo, por estar em contínua evolução e ser maior para uns do que para outros. A verdade total é uma aspiração que se impõe tanto mais quanto maior for o número de conhecimentos que se possui. Isto significa que é o conhecimento da verdade que varia, e não a própria verdade. A verdade de hoje será sempre verdade; se o é para um indivíduo, sê-lo-á para todos, de todos os tempos e lugares - é neste sentido que afirmamos que o conhecimento tem um valor absoluto. O que é realmente verdadeiro ficará sempre verdadeiro e será integrado em novos conhecimentos, uma vez que o homem, sempre sedento de conhecer, vai descobrindo na realidade - novas propriedades e, assim, vai enriquecendo o seu conhecimento - é assim que funciona o conhecimento científico que, nesse sentido, é dinâmico e está em perpétua renovação. O que varia não é a verdade, mas o nosso conhecimento acerca dessa verdade.
De princípio, conhecem-se simplesmente as coisas e julga-se que elas se conhecem tais como são; não se pensa no acto do espírito pelo qual se obtém o conhecimento. Mais tarde, o homem verificou que os sentidos e a própria inteligência erravam e, por isso, começou a desconfiar e a pôr em dúvida o valor do seu conhecimento. Foi esta experiência do erro que obrigou o espírito a voltar-se das coisas para si próprio, a fim de analisar o próprio acto de conhecimento, saber o que ele é, determinar a sua essência, descobrir o seu mecanismo e resolver o problema do seu valor. Esta marcha crítica, quanto ao conhecimento, é obra essencialmente filosófica e só apareceu, quando o espírito humano atingiu um certo desenvolvimento - foi destas reflexões que nasceu a teoria do conhecimento ou gnosiologia, que se designa geralmente por problema crítico.
A teoria do conhecimento tem precisamente por objecto o estudo da possibilidade do conhecimento, da sua origem da sua natureza ou essência, do seu valor e limites e, ainda, do problema da verdade. O acto de conhecer é a actividade do espírito pela qual se representa um objecto ou uma realidade. É um acto do espírito e não uma simples reacção automática mais ou menos adaptada às circunstâncias; não é propriamente um acto de conhecimento o sentar-me na cadeira, mas sim o saber porque me sento e como me sento. O resultado do acto de conhecer é uma representação e, portanto, conhecer é representar alguma coisa distinta do sujeito que conhece.
Há, por conseguinte, no conhecimento três elementos: o sujeito que conhece, o objecto conhecido e a relação sujeito - objecto. Este objecto pode ser exterior ao sujeito, como por exemplo, a caneta com que escrevo; pode ser interior, como a maior tristeza ou o meu pensamento; e pode, ainda, identificar-se com o próprio sujeito, como ao procurar conhecer-me a mim próprio. Mas mesmo no caso de identificação do sujeito com o objecto, não deixam de existir aí os três elementos referidos, pois o "eu" que é conhecido apresenta-se ao "eu' conhecedor como uma realidade distinta, mas em relação com ele.
A história da filosofia mostra-nos que os problemas do conhecimento interessaram mais ou menos todos os filósofos desde a velha Grécia, mas sem constituírem uma parte autónoma da filosofia. Com efeito, a teoria do conhecimento ou gnosiologia, como disciplina própria, só apareceu na Idade Moderna, a partir de Locke, que, no seu livro "Ensaio sobre o entendimento humano", tratou directamente da origem, natureza e valor do conhecimento. Desde então, a teoria do conhecimento mereceu as atenções de muitos filósofos que nela têm visto uma das partes da filosofia, com o seu valor e lugar próprio no conjunto dos problemas filosóficos.
A teoria do conhecimento abrange, portanto os seguintes problemas:
1- Possibilidade do conhecimento: É possível conhecer a verdade e possuir a certeza? Ou, ao contrário não podemos passar as dúvida?- Dogmatismo, Cepticismo, Criticismo.
2- Origem do conhecimento - o nosso conhecimento procede apenas da experiência? Ou só da razão que usa certos dados chamados apriorísticos para organizar a experiência ? Ou ainda procederá o conhecimento da experiência e da razão ? - Empirismo, Racionalismo e Empírico-racionalismo.
3- Natureza ou essência do conhecimento - o conhecimento será uma representação ou modificação do sujeito, provocado pelos objectos existentes, independentemente do sujeito conhecedor ? Ou uma modificação puramente subjectiva criada pela consciência? - Realismo e Idealismo.
"(...) Quando se atenta no mundo que nos rodeia, não pode negar-se que ele aparece como uma inata variedade de fenómenos e de relações em movimento perpétuo.
Um número infinito de fenómenos e de relações, agindo uns sobre os outros e a que nem o homem escapa - tudo está no todo que flui -, eis o que uma observação atenta não pode deixar de revelar.
Porém, isso far-nos-á desesperar de conhecer, de saber se é possível conhecer o mundo externo ? Terá de levar-nos à conclusão de que o homem é prisioneiro do seu próprio pensamento, sem possibilidade de conhecer o universo que o rodeia ? É claro que não.
Neste momento registemos esta primeira conclusão que nos leva a outra - é que o conhecimento é um processo, um processo complexo em que há, por um lado, o homem com o seu pensamento e, por outro, dele desligado, o universo externo. (... ) O conhecimento é um processo. Nele podem, porém, distinguir-se várias fases com aspectos qualitativos diversos (fisiológicos, psíquicos, lógicos). Da sensação à percepção, da imagem captada por esta à elaboração racional, e depois à acção material do homem, à sua prática individual e à prática social conjunta, tanto acumulada ao longo do tempo como de uma colectividade em dada fase da sua evolução, eis o conjunto de elementos que se integram para produzir o conhecimento.
A Castro, A Evolução Económica de Portugal
1- O PROBLEMA DA POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO:
Reflectir sobre o conhecimento consiste em questionar o mesmo, o que significa que a própria problematização do conhecimento implica também questionar o valor dos conhecimentos humanos, ou seja, indagar sobre os critérios que permitem reconhecer uni conhecimento como verdadeiro. O que é que assegura ao homem que dado conhecimento é verdadeiro e não falso ? O homem pode conhecer a realidade e ter a certeza daquilo que conhece ?
Qual é então o critério que lhe permite reconhecer a verdade ?
A estas questões os filósofos foram respondendo de modos diferentes, dando origem a diferentes concepções teóricas, das quais se destacam duas teorias opostas: uma afirmativa - o Dogmatismo -, e outra negativa - o Cepticismo.
1.1 O Dogmatismo
O dogmatismo é a doutrina que admite a possibilidade do conhecimento certo. Assim como o realismo é a atitude natural do homem face ao mundo, o mesmo é válido para o dogmatismo: a percepção de um qualquer objecto leva-o a crer, naturalmente, na existência do mesmo não pondo sequer a dúvida de que o conhecimento desse objecto possa ser posto em causa.
O dogmatismo corresponde, portanto, à atitude de todo aquele que crê que o homem tem meios para atingir a verdade, assim como para ter a certeza de que a alcançou, pois considera que existem critérios que lhe permitem distinguir o verdadeiro do falso, o certo do duvidoso. O dogmático não se confronta com a dúvida, na medida em que não problematiza o conhecimento, ele parte simplesmente do pressuposto da possibilidade do conhecimento, tomando este como um dado adquirido, como algo que nem sequer é posto em questão.
"Dogmatikós em grego significa , "que se funda em princípios" ou ,é relativo a uma doutrina. (... ) Dogma é um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa. Na religião cristã, por exemplo, há o dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a qual não deve ser confundida com a existência de três deuses, pois se trata apenas de um Deus é uno . Não importa se a razão não consegue entender, já que é um princípio aceite pela fé e o seu fundamento é a revelação divina. (... ) Quando transpomos esta ideia de dogma para áreas estranhas à religião, ela passa a ser prejudicial ao homem que, uma vez, na posse da verdade, se fixa nela e abdica de continuar a busca. O mundo muda, os acontecimentos sucedem-se e o homem dogmático permanece petrificado nos conhecimentos dados de uma vez por todas. Refractário ao diálogo, teme o novo e não raro torna-se intransigente e prepotente. Disse Nietzsche filósofo alemão do século XIX, que "as convicções são prisões". Quando o dogmático resolve agir, o fanatismo é inevitável. Em nome do dogma da raça ariana, Hitler cometeu o genocídio dos judeus nos campos de concentração."
Aranha, e Martins, Filosofando - Introdução à Filosofia
"Dogma em grego significa, o que se manifesta como bom, opinião, decreto, doutrina. (...) Em filosofia, contudo, nunca a autoridade é, só por si, argumento decisivo: a própria verdade necessita de uma fundamentação interna que satisfaça as exigências da razão. Por isso, o termo adquiriu, frequentemente, sentido pejorativo, significando a adesão a alguma doutrina, sem prévia fundamentação crítica. O problema levantou-se. sobretudo, a propósito do problema gnosiológico.(...)"
Fragata, J."Dogmatismo " in Enciclopédia Logos, p. 145
A atitude habitual do homem comum é, de certo modo, próxima do dogmatismo. Habitualmente, não nos questionamos acerca do valor do conhecimento, não pomos em causa a nossa capacidade para estabelecer a verdade em determinadas áreas, não procuramos indagar da possibilidade da relação cognitiva sujeito-objecto e dos fundamentos dessa relação cognitiva. Para o senso comum, aquele conhecimento vulgar e banal, superficial e acrítico, a existência do objecto em si não é questionada, nem sequer a adequação ou inadequação do nosso conhecimento sensivel a esse objecto: "O senso comum responde logo que sim, que esse algo existe".
1.2 O Cepticismo:
O cepticismo é uma atitude pessimista que o homem tem face à possibilidade de poder alcançar um conhecimento verdadeiro; é a doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir qualquer verdade com certeza absoluta. O cepticismo, na sua forma radical, nega totalmente a capacidade do sujeito para conhecer algo verdadeiramente, o que acaba por ser uma posição insustentável e contraditória, pois ao afirmar a impossibilidade de alcançar um conhecimento verdadeiro, está já a supor uma verdade - a verdade de que não há nada de verdadeiro.
Esta posição foi assumida, pela primeira vez, por volta de 270 a.C., por Pirrón. Este pensava que nada pode ser considerado verdadeiro ou falso, bom ou mau, belo ou feio, uma vez que o espírito é incapaz de afirmar ou negar seja o que for, por falta de motivos sólidos para o fazer. É, pois, de evitar afirmar ou negar o que quer que seja, isto é, deve suspender-se o juízo (epoché).
Já na Idade Moderna, Montaigne e Hume manifestaram uma atitude céptica; o primeiro no campo da reflexão ética, o segundo quanto à metafísica. De facto, o empresta David Hume, ao reduzir o conhecimento possível aos limites do observável (da experiência), nega a possibilidade de se atingir a certeza e a verdade reduzindo o conhecimento à probabilidade e plausibilidade.
"Skepticós em grego significa "que observa", "que considera". O céptico tanto observa e tanto considera, que conclui pela impossibilidade do conhecimento. Confrontando as diversas filosofias, percebe que são diferentes e ás vezes contraditórias, concluindo que é impossível aderir a qualquer uma delas.
Enquanto o dogrnático se apega à certeza de uma doutrina, o céptico conclui pela impossibilidade de toda a certeza e, neste sentido, considera inútil esta busca infrutífera que não leva a lugar nenhum. "
Aranha, e Martins o.p.citad
1.2.1 David Hume e o Cepticismo:
(...) É pois em vão que tentaremos determinar um só acontecimento, ou descobrir uma causa ou um efeito sem o auxílio da observação e da experiência.
Podemos, a partir daí, descobrir a razão pela qual nenhuma filosofia razoável e modesta conseguiu alguma vez indicar a causa última de uma operação natural, nem mostrar claramente a acção do poder que produz um só efeito no universo. Há acordo geral quando se afirma que o esforço último da razão humana é o de reduzir os princípios que produzem os fenómenos naturais a uma maior simplicidade e os numerosos efeitos particulares a um pequeno número de causas gerais por meio de raciocínios tirados da analogia, da experiência e da observação. Mas será em vão que tentaremos descobrir as causas destas causas gerais; e nunca ficaremos satisfeitos com uma explicação particular. Estas causas e estes princípios últimos serão sempre completamente subtraídos à curiosidade e investigação do homem.»
David Hume, Ensaio sobre o entendimento humano,
2- O PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO:
De onde nos vêm as representações que nos servimos para compreender a realidade? De onde procede, fundamentalmente, o conhecimento ? Para que o conhecimento se possa considerar um autêntico conhecimento, é preciso que seja universal e necessário e, ao mesmo tempo, se aplique à realidade, que é singular e contingente. De onde deriva o conhecimento, de modo a satisfazer estas duas condições ? Se procede apenas da experiência satisfará a segunda, mas não a primeira - se é obtido só pela razão, terá carácter universal e necessário, mas não valerá da realidade.
Foi esta dificuldade que dividiu todos os filósofos em duas correntes opostas Empirismo e Racionalismo -, que o Empírico - Racionalismo procura conciliar. O Empirismo diz-nos que o conhecimento provém fundamentalmente da experiência sensível e a esta se reduz, não podendo elevar-se acima dos dados experimentais - por isso se diz que o conhecimento é "a posteriori". O Racionalismo, pelo contrário, valoriza, sobretudo a razão, que organiza, unifica e dá sentido aos dados recebidos espontaneamente da consciência. O Racionalismo, não encontrando na experiência, singular e concreta, explicação para o carácter geral e abstracto do conhecimento, afirma que a razão recebe certas ideias gerais que lhe servem para conhecer a realidade, ou cria certos dados chamados apriorísticos, com os quais organiza e interpreta a experiência - por isso se diz que o conhecimento é "a priori". Finalmente, a corrente Empírico-racionalista afirma que o conhecimento procede da experiência, mas não se reduz à experiência, para estes o conhecimento resulta dum processo de transformação de uma matéria prima dada pelos sentidos e elaborada pela capacidade organizacional do sujeito.
2.1 O Racionalismo:
Descartes, Leibniz e Spinoza são alguns dos representantes do racionalismo. Esta doutrina filosófica afirma que o conhecimento humano tem a sua origem na razão, que possui, ou representações inatas, ou capacidade de criar representações (Ideias gerais) dos objectos, às quais a realidade se submete. Deste modo, é sobre as ideias inatas que (segundo Descartes são as únicas que obedecem ao critério da clareza e da distinção) se constitui um conhecimento que pode ser considerado verdadeiro porque logicamente necessário e universalmente válido.
Os juízos determinados pela experiência não apresentam essas características, por isso, concluem os racionalistas, o verdadeiro conhecimento não pode fundamentar-se na experiência, mas sim na razão.
A matemática, um conhecimento predominantemente conceptual e dedutivo, é o modelo de conhecimento que serviu de base à interpretação racionalista, pois todos os conhecimentos matemáticos derivam de alguns conceitos gerais tomados como ponto de partida dos quais se concluem todos os outros, de acordo com as leis do pensar correcto, que foram definidas, como sabemos, pela ciência da lógica.
2.2 O Empirismo:
Enquanto que os filósofos racionalistas adoptam as matemáticas como o modelo de conhecimento a construir, Locke, Berkeley e Hume adoptam as ciências experimentais como modelo de conhecimento. Daí que todo o conhecimento comece pelos dados oriundos da experiência sensível, ao mesmo tempo que negam que a razão possua ideias inatas.
Vejamos agora um texto muito célebre, no qual Locke retoma a antiga tese da alma como "tábua rasa", na qual só a experiência inscreve conteúdos:
"Admitamos pois que, na origem, a alma é como que uma tábua rasa, sem quaisquer caracteres, vazia de ideia alguma: como adquire ideias? Por que meio recebe essa imensa quantidade que a imaginação do homem, sempre activa e ilimitada, lhe apresenta com uma variedade quase infinita? Onde vai ela buscar todos esses materiais que fundamentam os seus raciocínios e os seus conhecimentos? Respondo com uma palavra: à experiência. É essa a base de todos os nossos conhecimentos e é nela que assenta a sua origem. As observações que fazemos no que se refere a objectos exteriores e sensíveis ou as que dizem respeito às operações interiores da nossa alma, que nós apercebemos e sobre as quais reflectimos, dão ao espírito os materiais dos seus pensamentos. São essas as duas fontes em que se baseiam todas as ideias que, de um ponto de vista natural, possuímos ou podemos vir a possuir."
John Locke, Essay concerning human understanding, Collins, Livro 1, cap. II, p. 68
De facto, os empiristas, para justificarem a sua posição, vão buscar os argumentos às ciências experimentais, à evolução do pensamento e do conhecimento humanos. Ou seja, se as ideias fossem inatas, como pretendem os racionalistas, como justificar a sua ausência nas crianças? Por outro lado, nas ciências experimentais o conhecimento resulta da observação dos factos, na qual a experiência desempenha um papel fundamental. Deste modo, os empiristas são levados a privilegiar a experiência em detrimento da razão.
2.3 O EMPÍRICO - RACIONALISMO:
Nem o racionalismo nem o empirismo são respostas totais aos problemas que pretendem resolver. O racionalismo opõe-se ao empirismo, e a doutrina empírico-racionalista representa uma tentativa de estabelecer a mediação entre estas duas, afirmando que o conhecimento se deve à comparticipação da experiência e da razão.
O maior representante desta corrente é Kant, um filósofo alemão do séc. XVIII, que abordou a questão da origem do conhecimento procurando conciliar as duas doutrinas acima referidas - de facto, para Kant, todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela. Os elementos múltiplos, diversos e contingentes fornecidos pela experiência são integrados em conceitos que o próprio entendimento possui a priori. Deste modo, a experiência fornece a matéria, o conteúdo do conhecimento, enquanto que o entendimento lhe dá uma certa forma; o que significa que o conhecimento é sempre o resultado da junção de uma forma com uma matéria.
2.3.1 O apriorismo ou criticismo de Kant
Kant vai analisar criticamente ambas as doutrinas - o racionalismo e o empirismo -, concluindo da insuficiência de cada uma delas, se perspectivadas de um ponto de vista disjuntivo. Porém, se se conciliarem, talvez resolvam mais satisfatoriamente os problemas.
Kant considera, pois, que o conhecimento não pode fundamentar-se unicamente na razão, como pretendiam os racionalistas, mas também não pode reduzir-se unicamente aos dados da experiência. Esta é antes fonte dos dados recebidos pela nossa sensibilidade, mas devidamente organizados por determinados conceitos existentes no nosso conhecimento, conceitos que não derivam da experiência, pois são-lhe independentes o anteriores - são os conceitos puros do entendimento, a priori, e daí chamar-se apriorismo à doutrina desenvolvida por Kant. Então, para Kant, o conhecimento é como que o resultado de um processo de transformação de uma matéria prima dada pela experiência e apreendida pelo entendimento como tendo determinada significação.
"0 nosso conhecimento procede de duas fontes fundamentais do espírito: a primeira é o poder de receber as representações (a receptividade das impressões), a segunda, o de conhecer o objecto por meio dessas representações (espontaneidade dos conceitos). Pelo primeiro, um objecto é-nos dado; pelo segundo, ele é pensado em relação com esta representação (como simples determinação do espírito). Intuição e conceitos constituem, portanto, os elementos de todo o nosso conhecimento; de maneira que nem os conceitos sem uma intuição que lhes corresponda de algum modo, nem uma intuição sem conceitos, podem dar um conhecimento. (... )
Se chamamos sensibilidade à receptividade do nosso espírito, a capacidade que tem de receber representações na medida em que é afectado de alguma maneira, deveremos, em contrapartida, chamar entendimento à capacidade de produzirmos nós mesmos representações ou à espontaneidade do conhecimento. A nossa natureza implica que a intuição não pode nunca ser senão sensível , quer dizer, que contém apenas a maneira como somos afectados pelos objectos, enquanto o poder de pensar o objecto da intuição sensível é o entendimento. Nenhuma destas duas propriedades é preferível à outra."
Kant, Crítica da Razão Pura
Quer isto dizer que se não pode haver conhecimento sem experiência, continuamos a não ter conhecimento se nos limitarmos exclusivamente a esta. O mesmo se passa em relação à razão. Como sabemos, o verdadeiro conhecimento é aquele que, para além de permitir a sua adequação ao real que se quer conhecer, é também universalmente válido e necessário. O primeiro aspecto pressupõe a experiência como modo do homem contactar com a realidade, o segundo aspecto advém-lhe do facto de existirem conceitos e categorias que são a priori e, como tal, possuem as características de universalidade e de necessidade.
2.3.2 O Construtivismo de Piaget
Como apontamento final, não podíamos deixar de referir aqui a teoria operatória ou psicogenética de Piaget, que contribuiu igualmente para a compreensão do fenómeno de conhecimento como construção: tal como Kant, também Piaget considera que o conhecimento resulta dum processo de transformação de uma matéria prima dada pelos sentidos e elaborada pela capacidade organizacional do sujeito; pelo que a sua teoria se enquadra na corrente empírlco-racionalista de que temos vindo a ocupar-nos.
Como já vimos, Piaget no nosso século, retoma a ideia do conhecimento como uma construção por parte do sujeito a partir dos dados fornecidos pela experiência, procurando a sua justificação psicológica. Ao estudar como se formam as estruturas e as categorias que permitem o funcionamento da inteligência, Jean Piaget dá ao apriorismo de Kant uma versão biologista. Segundo a teoria operatória, o organismo tem que possuir determinadas características que tornem possível a troca de informação com o meio e a construção de conhecimento que, deste modo, não é dado nem é cópia do real. O conhecimento é, assim, fruto de uma interacção entre o sujeito e o meio implicando, por um lado a experiência sensível e, por outro, as estruturas cognitivas de que todo o sujeito é dotado e que lhe permitem construir o seu conhecimento com base nessa mesma experiência.
3. O PROBLEMA DA NATUREZA DO CONHECIMENTO:
Em todo o acto de conhecimento, como vimos, podemos considerar três elementos: o sujeito que conhece, o objecto conhecido e a relação entre o sujeito e o objecto. Para conhecer, o sujeito tem como que sair de si mesmo para ir ao encontro do objecto e apreender as suas propriedades, de modo a representá-lo no espírito. O conhecimento apresenta-se, assim, como uma representação na consciência.
Pode perguntar-se agora: essa representação foi provocada pelo objecto existente fora do sujeito? Neste caso, o conhecimento tem valor objectivo, porque atinge uma realidade que existe independentemente da nossa representação; o conhecimento é a representação das coisas de facto existentes. Ou essa representação será simplesmente uma criação da nossa consciência, à qual nada corresponde fora do sujeito ou, se corresponde, é como se não existisse, porque não pode conhecer-se? O conhecimento, assim, terá unicamente valor subjectivo; representará as modificações subjectivas e atingirá os nossos estádios de consciência.
Ora, perguntar pela natureza do conhecimento consiste precisamente em indagar qual dos dois pólos, sujeito ou objecto do conhecimento, é determinante; ou seja, se o que se conhece directamente é a representação do real, poder-se-á considerar que se conhece efectivamente o real ou apenas a sua representação, a sua imagem? Em resposta a esta perguntas temos duas teorias opostas: o Realismo e o Idealismo.
3.1 O Realismo:
A nossa atitude habitual é acreditar que existe um mundo de objectos físicos que existem independentemente do facto de estarem a ser percebidos por um sujeito, que são causa das nossas percepções e que estas nos dão a conhecer o mundo tal como ele é em si. Esta atitude é habitualmente designada por Realismo. doutrina que afirma que por meio do conhecimento atingimos uma realidade distinta da nossa representação e independente dela, mas que lhe corresponde. Por outras palavras, o realismo admite a existência da realidade exterior (ou do mundo externo) como sendo coisa distinta do pensamento ou das nossas representações, o que significa que, para o realismo, o nosso conhecimento atinge a própria realidade e não apenas as representações subjectivas - atinge o que é, e não o que pensamos que seja.
"0 homem da rua, que não reflectiu muito sobre o problema da percepção e do mundo físico, é realista: crê que existe um mundo físico que está aí, quer o percebamos ou não, e que podemos saber diversas coisas sobre ele. As cinco crenças seguintes parecem ser partilhadas por todos os seres humanos, e o conjunto constituído pelas quatro primeiras fundamenta a opinião que, às vezes, se denominou "realismo ingénuo".
1. Existe um mundo de objectos físicos (árvores, edifícios, colinas, etc.).
2. Pode conhecer-se a verdade dos enunciados acerca destes objectos por meio da experiência sensorial.
3. Estes objectos não só existem quando estão a ser percepcionados, como também quando não estão a ser percepcionados. São independentes da percepção.
4. Por meio dos nossos sentidos, percepcionamos o mundo físico quase tal qual ele é. Em geral, as nossas pretensões ao seu conhecimento, estão justificadas.
As impressões que temos das coisas físicas nos sentidos, são causadas por essas mesmas coisas físicas. Por exemplo, a minha consciência da mesa é causada pela própria mesa. Porém, não há uma única destas proposições que não tenho sido questionada por pessoas que sobre elas pensaram de modo sistemático. Qual poderia ser a base da sua dúvida ?"
3.2 O ldealismo:
Contrariamente ao realismo, o idealismo afirma que o objecto de conhecimento é produto do espírito, o que significa que o conhecimento é produto do sujeito e que as coisas não são mais do que conteúdos de consciência. Berkeley, por exemplo, pensava que o mundo exterior que percepcionamos só existe na nossa percepção. Daí a expressão: esse = percipi, isto é, há uma identidade entre o ser de algo e o ser apercebido.
O idealismo não nega propriamente a existência do mundo externo, mas reduz este às representações, ou seja, ao pensamento, às ideias. Como tal, o nosso conhecimento atinge apenas as modificações subjectivas e não a própria realidade - atinge o que pensamos e não o que é.
"Chama-se idealismo a toda a doutrina - e às vezes a toda a atitude - segundo a qual o mais fundamental, e aquilo pelo qual se supõe que se devem orientar as acções humanas, são ideais - realizáveis ou não, mas quase sempre imaginados como realizáveis. Então, o idealismo contrapõe-se ao realismo, entendido como a doutrina - e às vezes a atitude - segundo a qual o mais fundamental, e aquilo pelo qual se supõe que se devem orientar as acções humanas são as 'realidades' - as 'duras realidades' (... ). Considerando, pois, o idealismo como idealismo moderno e tendo em conta que o ponto de partida do pensamento idealista é o sujeito, pode dizer-se que este constitui um esforço para responder à pergunta: 'Como podem, em geral, conhecer-se as coisas ?' (... ) Para o idealismo, 'ser' significa primariamente 'ser dado na consciência, no sujeito, no espírito', 'ser conteúdo da consciência, do sujeito, do espírito', 'estar contido na consciência, no sujeito e no espírito.'
Mora, J.F., Dicionário de Filosofia, tomo I
4- O PROBLEMA DO VALOR DO CONHECIMENTO:
Posto isto, podemos agora perguntarmo-nos: o nosso conhecimento intelectual terá valor objectivo e absoluto, ou apenas valor subjectivo e relativo ?
Terá valor objectivo se atingir o real, a essência das coisas, os objectos, tendo também, assim, um valor absoluto, pois sendo imutável a realidade essencial, também o respectivo conhecimento terá carácter absoluto - realismo. Terá carácter subjectivo, se apenas atingir as modificações subjectivas, a maneira como pensamos a realidade, o que as coisas são para nós e não a própria realidade em si e, por isto, também terá valor relativo, porque vale só para nós e para todos os seres constituídos como nós - relativismo.
O valor e limites do conhecimento estão dependentes da atitude que se tomar quanto à sua origem e à sua natureza. Assim, o empirismo, o racionalismo. e o idealismo são teorias relativistas, enquanto que o empírico-racionalismo e o próprio realismo conferem ao conhecimento valor absoluto.
Senão vejamos:
para o Empirismo, o conhecimento tem um valor relativo; não só porque varia com a experiência (o que é verdadeiro para a experiência deste mundo poderá não o ser para um mundo diverso), mas porque se limita a conhecer os fenómenos e, por isso, vale só para o mundo constituído pelos fenómenos.
para o Racionalismo, a realidade é interpretada em função de certos dados da razão que traduzem as possibilidades do espírito humano nesse sentido e, assim, o seu valor também é relativo, urna vez que é válido apenas para os seres que tenham uma constituição psicológica como a nossa.
para o Idealismo, o conhecimento tem valor puramente subjectivo e relativo, limitando-se o homem a conhecer apenas as suas modificações subjectivas, às quais nada de material corresponde na realidade (Berkeley), ou a conhecer as aparências da realidade - os fenómenos - e não a realidade em si - os númenos (Kant).
Estas três doutrinas são, portanto relativistas
Mas outras há que conferem ao conhecimento um valor objectivo e absoluto:
para o Empírico-Racionalismo e para o realismo o conhecimento tem um valor objectivo e absoluto, porque atinge o fundo da realidade ou a sua essência, não se limitando ao conhecimento das suas aparências ou das suas manifestações. De facto, para estas duas doutrinas, o conhecimento, por ser fruto de elaboração intelectual a partir das realidades percepcionadas, tem valor objectivo, porque as características gerais (ideias) que afirmamos dos indivíduos, ou das coisas, existem de facto nelas. O mundo do conhecimento não é, portanto, uma cópia do mundo real, mas é uma construção intelectual e técnica, a partir dessa mesma realidade.
É conveniente precisar em que sentido é que o conhecimento do homem tem valor absoluto. Quando falamos no conhecimento como valor absoluto, não estamos a dizer que conhecemos a realidade total e perfeitamente, pois, sob este aspecto, o conhecimento é relativo, por estar em contínua evolução e ser maior para uns do que para outros. A verdade total é uma aspiração que se impõe tanto mais quanto maior for o número de conhecimentos que se possui. Isto significa que é o conhecimento da verdade que varia, e não a própria verdade. A verdade de hoje será sempre verdade; se o é para um indivíduo, sê-lo-á para todos, de todos os tempos e lugares - é neste sentido que afirmamos que o conhecimento tem um valor absoluto. O que é realmente verdadeiro ficará sempre verdadeiro e será integrado em novos conhecimentos, uma vez que o homem, sempre sedento de conhecer, vai descobrindo na realidade - novas propriedades e, assim, vai enriquecendo o seu conhecimento - é assim que funciona o conhecimento científico que, nesse sentido, é dinâmico e está em perpétua renovação. O que varia não é a verdade, mas o nosso conhecimento acerca dessa verdade.
Observação filosófica
"(...) nos 10º e 11º anos de escolaridade, o ensino da Filosofia não é um fim em si mesmo, mas um meio que contribui, em especial mas não exclusivamente, para a formação do (...) aluno. Um meio para a formação na e da autonomia, ou uma ocasião para estimular o pensar autónomo". in Caderno de apoio à gestão do programa de Introdução à Filosofia.
Conhecimento
Frases Conhecimento
Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
"O verdadeiro conhecimento vem de dentro." — Sócrates
O conhecimento é o ato ou a atividade de conhecer, realizado por meio da razão e/ou da experiência.
Se o conhecimento traz problemas, não é a ignorância que os resolve.
- If knowledge can create problems, it is not through ignorance that we can solve them.
- Asimov's guide to science - página 15, Isaac Asimov - Basic Books, 1972 - 945 páginas
"A coisa principal da vida não é o conhecimento, mas o uso que dele se faz."
- Talmude
"A cultura está acima da diferença da condição social."
- Confúcio
"A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, durante milênios, capacitou o homem a ser menos escravizado."
- La culture [...] en elle, de toutes les formes d´art, d´amour, de grandeur et de pensée qui, au cours des millénaires, ont sucessivement permis à l´homme d´être moins esclave
- André Malraux (Ministro de Estado dos Assuntos Culturais), discurso em Brasília, em 25 de agosto de 1959
"A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído."
- Confúcio
"A nuca é um mistério para a vista."
- Paul Valéry
"Aquele que se analisou a si mesmo, está deveras adiantado no conhecimento dos outros."
- Denis Diderot
"Aquilo que os homens de facto querem não é o conhecimento, mas a certeza."
- Bertrand Russell
"Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão."
- Antoine de Saint-Exupéry
"É uma perfeição absoluta, dir-se-ia divina, sabermos desfrutar lealmente do nosso ser."
- Michel de Montaigne
"Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos." — Leonardo da Vinci
"Podemos conhecer tudo, salvo a nós próprios."
- Stendhal
"Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Quando criancas param de fazer perguntas, é a vez dos pais fazer as suas."
- Leonid S. Sukhorukov
"Quanto mais sabemos, mais fácil é admitir o que não sabemos."
- Leonid S. Sukhorukov
"Quando se rouba de um autor, chama-se plágio; quando se rouba de muitos, chama-se pesquisa."
- Wilson Mizner, citado em "Citações da Cultura Universal" - Página 395, de Alberto J. G.
Villamarín, Editora AGE Ltda, 2002, ISBN 8574970891, 9788574970899
"Quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés."
- Joseph Joubert
"Saber é compreendermos as coisas que mais nos convém."
- Friedrich Nietzsche
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida."
- Johann Goethe
"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento."
- Platão
"A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos."
- Platão
"Os nossos conhecimentos são a reunião do raciocínio e experiência de numerosas mentes."
- Ralph Emerson
"Conhecer aquilo que dele estava escondido é, para o homem, a embriaguez, a honra e a perda de si próprio."
- Sidonie Colette
"O conhecimento é em si mesmo um poder."
- Nam et ipsa scientia potestas est.
- Francis Bacon; "Meditationes Sacræ" (1597), "De Hæresibus"
"No Egito, as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras."
- Jacques Bossuet
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses."
- Sócrates
"Quanto mais conhecemos, mais amamos."
- Leonardo da Vinci
"Abre a mente ao que eu te revelo / e retém bem o que eu te digo, pois não é ciência / ouvir sem reter o que se escuta."
- "Paraíso" - de Dante Alighieri
"Puderam vencer em mim o ardor, / que me levou a conhecer o mundo, / e os vícios e as virtudes dos homens...
- "Inferno" - de Dante Alighieri
"Contentai-vos em conhecer as obras de Deus; pois, / se os homens tivessem podido conhecer todas as coisas, / teria sido inútil o parto de Maria; / e os vistes desejar, sem resultado, / conhecer a causa das coisas, / tanto que a insatisfação de seu desejo constitui, eternamente, a sua pena."
- "Purgatório" - de Dante Alighieri
"Conheço tudo, exceto a mim próprio."
- François Villon
"Aquele que conhece as coisas é quase Deus."
- Pierre Ronsard
"Integridade sem conhecimento é fraca e inútil, mas conhecimento sem integridade é perigoso e horrível." — Samuel Johnson
"O ato de entender é vida."
- "Metafísica" - de Aristóteles
"Não se possui o que não se compreende."
- "Máximas e Reflexões" - de Johann Goethe
"Não entende, mas não entende com grande autoridade e competência."
- "Parliamo dell'Elefante" - de L. Longanesi
"Não podemos conhecer nada de exterior a nós próprios que nos supere (...) o universo é o espelho em que podemos contemplar apenas o que aprendemos a conhecer em nós."
- "Palomar" - de Italo Calvino
"Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos."
- "Pensieri" - de Leonardo da Vinci
"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
- "Sketches by Boz" - de Charles Dickens
"O grande comandante, que parecia pela expressão de seu rosto estar sempre à procura de algo na extrema distância, e não ter qualquer conhecimento oculares de qualquer coisa dentro de dez quilômetros."
- The great commander, who seemed by expression of his visage to be always on the look-out for something in the extremest distance, and to have no ocular knowledge of anything within ten miles.
- Dombey and Son - Chapter XXIV Página 351, de Charles Dickens - Publicado por Chapman and Hall, 1859
"A insistência na clareza a qualquer preço baseia-se em pura superstição sobre o modo como funciona a inteligência humana
- Insistence on clarity at all costs is based on sheer superstition as to the mode in which human intelligence functions.
- The wit and wisdom of Alfred North Whitehead - Página 50, Alfred North Whitehead, Allison Heartz Johnson - Beacon Press, 1947 - 102 páginas
"O mestre disse a um dos seus alunos: Yu, queres saber em que consiste o conhecimento? Consiste em ter consciência tanto de conhecer uma coisa quanto de não a conhecer. Este é o conhecimento."
- "Os Colóquios" - de: Confúcio
"Não se deve indagar sobre tudo: é melhor que muitas coisas permaneçam ocultas."
- Sófocles
"Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!"
- "Édipo Rei" - de Sófocles
"Feliz de quem pôde conhecer o mistério do mundo!"
- "Geórgicas" - de Virgílio
"Não se pode pretender que alguém conheça tudo, mas sim que, conhecendo alguma coisa, tenha conhecimento de tudo."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Só conhece realmente uma pessoa quem a ama sem esperança."
- "Rua de Mão Única" - de Walter Benjamin
"O verdadeiro conhecimento vem de dentro."
- Sócrates
"No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se as estrelas."
- Aristóteles
"O conhecimento é a pequena porção da ignorância que arrumamos e classificamos."
- Ambrose Bierce
"O conhecimento é como o dinheiro: quanto mais temos, mais queremos ter."
- Josh Billings
"A graça é dada por Deus, mas o conhecimento nasce no mercado."
- Grace is given of God, but knowledge is bought in the market
- The Bothie of Toper-na-fuosich: A Long-vacation Pastoral - Página 30, de Arthur Hugh Clough - Publicado por Macpherson, 1848 - 55 páginas
"A curiosidade é mais importante do que o conhecimento."
- Albert Einstein
"Conhecimento é saber que não podemos saber."
- Ralph Emerson
"Um pouco de conhecimento que age vale infinitamente mais do que conhecimento que é ocioso."
- Kahlil Gilbran
"Não se possui o que não se compreende." — Johann Goethe
"A perplexidade é o início do conhecimento."
- Kahlil Gilbran
"Num tempo de mudanças drásticas, são os que aprendem que irão possuir o futuro. Os cultos geralmente encontram-se equipados para viver num mundo que já não existe."
- In a time of drastic change it is the learners who inherit the future. The learned usually find themselves equipped to live in a world that no longer exists
- Reflections on the Human Condition - Página 22, de Eric Hoffer - Publicado por Harper & Row, 1973 - 97 páginas
"O homem não é fraco; conhecimento é mais do que equivalente de força."
- Samuel Johnson
"Integridade sem conhecimento é fraca e inútil, mas conhecimento sem integridade é perigoso e horrível."
- Samuel Johnson
"Há conhecimento de dois tipos: sabemos sobre um assunto, ou sabemos onde podemos buscar informação sobre ele."
- Samuel Johnson
"Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias."
- Lao-Tsé
"Onde há uma grande vontade de aprender, haverá necessariamente muita discussão, muita escrita, muitas opiniões; pois as opiniões de homens bons são apenas conhecimento em bruto."
- Where there is much desire to learn, there of necessity will be much arguing, much writing, many opinions ; for opinion in good men is but knowledge in the making.
- A Selection from the English Prose Works of John Milton - Vol. II, Página 61, de John Milton, Francis Jenks - Publicado por Bowles and Dearborn, 1826
"O desejo de conhecimento, como a sede de riqueza, está sempre a aumentar com a nossa aquisição dele
- Laurence Sterne
"Todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência direta."
- Mao Tse-Tung
"Não há conhecimento que não tenha valor."
- Edmund Burke
"As coisas que sabemos melhor são as coisas que não nos ensinaram."
- Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues'
"Podemos alargar os conhecimentos, nunca amputá-los."
- Arthur Koestler
"Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o Céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."
- Leonardo da Vinci
"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã."
- Leonardo da Vinci
"A sede de conhecimento parece ser inseparável da curiosidade sexual."
- Sigmund Freud]
"Quem não sabe nada tem de acreditar em tudo."
- Jan Neruda
"Ninguém conhece tão mal os servos como o amo."
- Francesco Guicciardini
"Ao expandirmos o campo do conhecimento apenas aumentamos o horizonte da ignorância."
- Henry Miller
"Cada novo conhecimento que se faz produz desagregação e nova integração."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Cada novo conhecimento importante que se faz decompõe-nos e volta a compor-nos. Se esse conhecimento for da maior importância, passamos por uma regeneração."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Conhecimento é poder." — Thomas Hobbes
"O mais alto de nós não é mais que um conhecedor mais próximo do oco e do incerto de tudo."
- "Livro do Desassossego" - de Fernando Pessoa
"Quanto mais conhecimento, mais vida."
- "Pirkei Avot 2,8" - Textos Judaicos
"Quem não aumenta os seus conhecimentos, diminui-os."
- "Pirkei Avot" - Textos Judaicos
"Somente com sacrifício é que se atinge o conhecimento."
- "Talmude babilónico" - Textos Judaicos
"Conhecimento: uma pequena luz que ilumina a escuridão."
- "Bahya Ibn Pakuda" - Textos Judaicos
"O conhecimento do homem será sempre limitado e relativo."
- "Elias-Ellezer Dessler" - Textos Judaicos
"O que está no conhecimento há-de estar também na palavra, e o que não está no conhecimento não deve estar na palavra."
- "Santo Agostinho, De Trinitate 15,21"
"Quanto maior o conhecimento com que somos distinguidos, tanto maior o perigo a que estamos expostos."
- "São Clemente Romano" - de Textos Cristãos
"Busca conhecimento do berço à sepultura."
- "Maomé, 274" - de Textos Islâmicos
"Quem busca o conhecimento e o acha, obterá dois prêmios: um por procurá-lo, e outro por achá-lo. Se não o encontrar, ainda restará o primeiro prêmio."
- "Maomé, 278" - de Textos Islâmicos
"O conhecimento coroa os esforços com o êxito."
- "Máximas dos Játacas, 47" - de Textos Budistas
"O que o homem conhece, nem sempre se compara com o que ele não conhece."
- Chuang-Tzu
"O conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o conhecimento."
- Thomas Fuller
"O atractivo do conhecimento seria pequeno se no caminho que a ele conduz não houvesse que vencer tanto pudor."
- "Para Além do Bem e do Mal" - de Friedrich Nietzsche
"Logo que comunicamos os nossos conhecimentos, deixamos de gostar deles suficientemente."
- "Para Além do Bem e do Mal" - de Friedrich Nietzsche
"Só se conhece o que se pratica."
- Baron de Montesquieu
"Não se pode amar ou odiar quem não se conhece ainda."
- Leonardo da Vinci
"Todo o conhecimento é uma resposta a uma pergunta."
- Gaston Bachelard citado em "Fenômeno: uma teia complexa de relaçõas" - Página 215, de Julieta Beatriz Ramos Desaulniers - EDIPUCRS, 2000, ISBN 8574301345, 9788574301341 - 217 páginas
"Nunca ninguém se torna mestre num domínio em que não conheceu a impotência, e, quem aceita esta ideia, saberá também que tal impotência não se encontra nem no começo nem antes do esforço empreendido, mas sim no seu centro."
- Walter Benjamin
"Conhecimento é poder."
- "Leviatã" - de Thomas Hobbes
"Ninguém conhece tão mal os servos como o amo." — Francesco Guicciardini
"Termos consciência de sermos ignorantes é um grande passo para o conhecimento."
- "Sibila" - de Benjamin Disraeli
"Tudo o que não se conhece é tido por magnífico."
- Tácito
"Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros."
- Benjamim Franklin
"Esse dom de observação que se chama conhecimento do mundo, vereis que na maior parte dos casos serve para tornar os homens astutos e não propriamente para os tornar bons."
- Samuel Johnson
"Depois da virtude, é o conhecimento o que eleva um homem sobre os demais."
- Joseph Addison
"Se tens conhecimento, deixa que as outras pessoas acendam as suas velas na tua."
- Thomas Fuller
"Para bem conhecer os homens, é necessário primeiramente vê-los e praticá-los de perto, e depois estudá-los e meditá-los de longe."
- "Máximas" - de Marquês Maricá
"Só aquele que despreza a felicidade terá o conhecimento."
- Nur dem, der das Glück verachtet, wird Erkenntnis
- Nachlass und Biographie: Gedichte, Briefe, Bilder, Essays - Página 8, de Georg Trakl, Wolfgang Schneditz - Publicado por O. Müller, 1949 - 216 páginas
Impedir a disseminação do conhecimento é um instrumento de controle do poder, porque o conhecimento é saber ler, interpretar, verificar na pessoa e não confiar no que você diz. Conhecimento faz você duvidar. Especialmente do poder. De todo o poder.
- Fermare la diffusione del sapere è uno strumento di controllo per il potere perché conoscere è saper leggere, interpretare, verificare di persona e non fidarsi di quello che ti dicono. La conoscenza ti fa dubitare. Soprattutto del potere. Di ogni potere.
- Dario Fo in: la Repubblica, 13 de Junho de 2004
"É um lugar comum de nosso tempo afirmar que esta nação precisa de cidadãos bem informados. (...) Eu, pelo contrário, proponho que precisamos - em qualquer país verdadeiramente livre - de cidadãos que tenham conhecimento."
- BOORSTIN, D. Remarks by Daniel Boorstin, the Librarian of Congress, at White House Conference on Library and Information Science, Journal of information Science, p. 111-113, 1980. [1]
"Não é por causa da covardia da mulher, incapacidade, nem, sobretudo, por causa de sua virtude superior geral, que ela vai acabar com a guerra, quando sua voz for plena e claramente ouvida no governo de Estados - é porque, neste ponto, e sobre este ponto praticamente sozinho, o conhecimento da mulher, simplesmente como mulher, é superior ao do homem; ela sabe a história da carne humana, ela sabe o seu custo, ele não."
- It is not because of woman's cowardice, incapacity, nor, above all, because of her general superior virtue, that she will end war when her voice is fully and clearly heard in the governance of states — it is because, on this one point, and on this point almost alone, the knowledge of woman, simply as woman, is superior to that of man; she knows the history of human flesh; she knows its cost; he does not
- "Woman and Labor" - página 178, Olive Schreiner, Kessinger Publishing, 2005, ISBN 1417936460, 9781417936465, 308 páginas
"A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você. Só uma pergunta pode apontar o caminho para a frente."
- Jostein Gaarder
"Ciência é o conhecimento das consequências, e da dependência de um fato em relação a outro."
- Thomas Hobbes, filósofo inglês, conforme encontrado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 459
Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
"O verdadeiro conhecimento vem de dentro." — Sócrates
O conhecimento é o ato ou a atividade de conhecer, realizado por meio da razão e/ou da experiência.
Se o conhecimento traz problemas, não é a ignorância que os resolve.
- If knowledge can create problems, it is not through ignorance that we can solve them.
- Asimov's guide to science - página 15, Isaac Asimov - Basic Books, 1972 - 945 páginas
"A coisa principal da vida não é o conhecimento, mas o uso que dele se faz."
- Talmude
"A cultura está acima da diferença da condição social."
- Confúcio
"A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, durante milênios, capacitou o homem a ser menos escravizado."
- La culture [...] en elle, de toutes les formes d´art, d´amour, de grandeur et de pensée qui, au cours des millénaires, ont sucessivement permis à l´homme d´être moins esclave
- André Malraux (Ministro de Estado dos Assuntos Culturais), discurso em Brasília, em 25 de agosto de 1959
"A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído."
- Confúcio
"A nuca é um mistério para a vista."
- Paul Valéry
"Aquele que se analisou a si mesmo, está deveras adiantado no conhecimento dos outros."
- Denis Diderot
"Aquilo que os homens de facto querem não é o conhecimento, mas a certeza."
- Bertrand Russell
"Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão."
- Antoine de Saint-Exupéry
"É uma perfeição absoluta, dir-se-ia divina, sabermos desfrutar lealmente do nosso ser."
- Michel de Montaigne
"Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos." — Leonardo da Vinci
"Podemos conhecer tudo, salvo a nós próprios."
- Stendhal
"Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Quando criancas param de fazer perguntas, é a vez dos pais fazer as suas."
- Leonid S. Sukhorukov
"Quanto mais sabemos, mais fácil é admitir o que não sabemos."
- Leonid S. Sukhorukov
"Quando se rouba de um autor, chama-se plágio; quando se rouba de muitos, chama-se pesquisa."
- Wilson Mizner, citado em "Citações da Cultura Universal" - Página 395, de Alberto J. G.
Villamarín, Editora AGE Ltda, 2002, ISBN 8574970891, 9788574970899
"Quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés."
- Joseph Joubert
"Saber é compreendermos as coisas que mais nos convém."
- Friedrich Nietzsche
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida."
- Johann Goethe
"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento."
- Platão
"A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos."
- Platão
"Os nossos conhecimentos são a reunião do raciocínio e experiência de numerosas mentes."
- Ralph Emerson
"Conhecer aquilo que dele estava escondido é, para o homem, a embriaguez, a honra e a perda de si próprio."
- Sidonie Colette
"O conhecimento é em si mesmo um poder."
- Nam et ipsa scientia potestas est.
- Francis Bacon; "Meditationes Sacræ" (1597), "De Hæresibus"
"No Egito, as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras."
- Jacques Bossuet
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses."
- Sócrates
"Quanto mais conhecemos, mais amamos."
- Leonardo da Vinci
"Abre a mente ao que eu te revelo / e retém bem o que eu te digo, pois não é ciência / ouvir sem reter o que se escuta."
- "Paraíso" - de Dante Alighieri
"Puderam vencer em mim o ardor, / que me levou a conhecer o mundo, / e os vícios e as virtudes dos homens...
- "Inferno" - de Dante Alighieri
"Contentai-vos em conhecer as obras de Deus; pois, / se os homens tivessem podido conhecer todas as coisas, / teria sido inútil o parto de Maria; / e os vistes desejar, sem resultado, / conhecer a causa das coisas, / tanto que a insatisfação de seu desejo constitui, eternamente, a sua pena."
- "Purgatório" - de Dante Alighieri
"Conheço tudo, exceto a mim próprio."
- François Villon
"Aquele que conhece as coisas é quase Deus."
- Pierre Ronsard
"Integridade sem conhecimento é fraca e inútil, mas conhecimento sem integridade é perigoso e horrível." — Samuel Johnson
"O ato de entender é vida."
- "Metafísica" - de Aristóteles
"Não se possui o que não se compreende."
- "Máximas e Reflexões" - de Johann Goethe
"Não entende, mas não entende com grande autoridade e competência."
- "Parliamo dell'Elefante" - de L. Longanesi
"Não podemos conhecer nada de exterior a nós próprios que nos supere (...) o universo é o espelho em que podemos contemplar apenas o que aprendemos a conhecer em nós."
- "Palomar" - de Italo Calvino
"Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos."
- "Pensieri" - de Leonardo da Vinci
"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
- "Sketches by Boz" - de Charles Dickens
"O grande comandante, que parecia pela expressão de seu rosto estar sempre à procura de algo na extrema distância, e não ter qualquer conhecimento oculares de qualquer coisa dentro de dez quilômetros."
- The great commander, who seemed by expression of his visage to be always on the look-out for something in the extremest distance, and to have no ocular knowledge of anything within ten miles.
- Dombey and Son - Chapter XXIV Página 351, de Charles Dickens - Publicado por Chapman and Hall, 1859
"A insistência na clareza a qualquer preço baseia-se em pura superstição sobre o modo como funciona a inteligência humana
- Insistence on clarity at all costs is based on sheer superstition as to the mode in which human intelligence functions.
- The wit and wisdom of Alfred North Whitehead - Página 50, Alfred North Whitehead, Allison Heartz Johnson - Beacon Press, 1947 - 102 páginas
"O mestre disse a um dos seus alunos: Yu, queres saber em que consiste o conhecimento? Consiste em ter consciência tanto de conhecer uma coisa quanto de não a conhecer. Este é o conhecimento."
- "Os Colóquios" - de: Confúcio
"Não se deve indagar sobre tudo: é melhor que muitas coisas permaneçam ocultas."
- Sófocles
"Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!"
- "Édipo Rei" - de Sófocles
"Feliz de quem pôde conhecer o mistério do mundo!"
- "Geórgicas" - de Virgílio
"Não se pode pretender que alguém conheça tudo, mas sim que, conhecendo alguma coisa, tenha conhecimento de tudo."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Só conhece realmente uma pessoa quem a ama sem esperança."
- "Rua de Mão Única" - de Walter Benjamin
"O verdadeiro conhecimento vem de dentro."
- Sócrates
"No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se as estrelas."
- Aristóteles
"O conhecimento é a pequena porção da ignorância que arrumamos e classificamos."
- Ambrose Bierce
"O conhecimento é como o dinheiro: quanto mais temos, mais queremos ter."
- Josh Billings
"A graça é dada por Deus, mas o conhecimento nasce no mercado."
- Grace is given of God, but knowledge is bought in the market
- The Bothie of Toper-na-fuosich: A Long-vacation Pastoral - Página 30, de Arthur Hugh Clough - Publicado por Macpherson, 1848 - 55 páginas
"A curiosidade é mais importante do que o conhecimento."
- Albert Einstein
"Conhecimento é saber que não podemos saber."
- Ralph Emerson
"Um pouco de conhecimento que age vale infinitamente mais do que conhecimento que é ocioso."
- Kahlil Gilbran
"Não se possui o que não se compreende." — Johann Goethe
"A perplexidade é o início do conhecimento."
- Kahlil Gilbran
"Num tempo de mudanças drásticas, são os que aprendem que irão possuir o futuro. Os cultos geralmente encontram-se equipados para viver num mundo que já não existe."
- In a time of drastic change it is the learners who inherit the future. The learned usually find themselves equipped to live in a world that no longer exists
- Reflections on the Human Condition - Página 22, de Eric Hoffer - Publicado por Harper & Row, 1973 - 97 páginas
"O homem não é fraco; conhecimento é mais do que equivalente de força."
- Samuel Johnson
"Integridade sem conhecimento é fraca e inútil, mas conhecimento sem integridade é perigoso e horrível."
- Samuel Johnson
"Há conhecimento de dois tipos: sabemos sobre um assunto, ou sabemos onde podemos buscar informação sobre ele."
- Samuel Johnson
"Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias."
- Lao-Tsé
"Onde há uma grande vontade de aprender, haverá necessariamente muita discussão, muita escrita, muitas opiniões; pois as opiniões de homens bons são apenas conhecimento em bruto."
- Where there is much desire to learn, there of necessity will be much arguing, much writing, many opinions ; for opinion in good men is but knowledge in the making.
- A Selection from the English Prose Works of John Milton - Vol. II, Página 61, de John Milton, Francis Jenks - Publicado por Bowles and Dearborn, 1826
"O desejo de conhecimento, como a sede de riqueza, está sempre a aumentar com a nossa aquisição dele
- Laurence Sterne
"Todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência direta."
- Mao Tse-Tung
"Não há conhecimento que não tenha valor."
- Edmund Burke
"As coisas que sabemos melhor são as coisas que não nos ensinaram."
- Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues'
"Podemos alargar os conhecimentos, nunca amputá-los."
- Arthur Koestler
"Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o Céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."
- Leonardo da Vinci
"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã."
- Leonardo da Vinci
"A sede de conhecimento parece ser inseparável da curiosidade sexual."
- Sigmund Freud]
"Quem não sabe nada tem de acreditar em tudo."
- Jan Neruda
"Ninguém conhece tão mal os servos como o amo."
- Francesco Guicciardini
"Ao expandirmos o campo do conhecimento apenas aumentamos o horizonte da ignorância."
- Henry Miller
"Cada novo conhecimento que se faz produz desagregação e nova integração."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Cada novo conhecimento importante que se faz decompõe-nos e volta a compor-nos. Se esse conhecimento for da maior importância, passamos por uma regeneração."
- "O Livro dos Amigos" - de Hugo Hofmannsthal
"Conhecimento é poder." — Thomas Hobbes
"O mais alto de nós não é mais que um conhecedor mais próximo do oco e do incerto de tudo."
- "Livro do Desassossego" - de Fernando Pessoa
"Quanto mais conhecimento, mais vida."
- "Pirkei Avot 2,8" - Textos Judaicos
"Quem não aumenta os seus conhecimentos, diminui-os."
- "Pirkei Avot" - Textos Judaicos
"Somente com sacrifício é que se atinge o conhecimento."
- "Talmude babilónico" - Textos Judaicos
"Conhecimento: uma pequena luz que ilumina a escuridão."
- "Bahya Ibn Pakuda" - Textos Judaicos
"O conhecimento do homem será sempre limitado e relativo."
- "Elias-Ellezer Dessler" - Textos Judaicos
"O que está no conhecimento há-de estar também na palavra, e o que não está no conhecimento não deve estar na palavra."
- "Santo Agostinho, De Trinitate 15,21"
"Quanto maior o conhecimento com que somos distinguidos, tanto maior o perigo a que estamos expostos."
- "São Clemente Romano" - de Textos Cristãos
"Busca conhecimento do berço à sepultura."
- "Maomé, 274" - de Textos Islâmicos
"Quem busca o conhecimento e o acha, obterá dois prêmios: um por procurá-lo, e outro por achá-lo. Se não o encontrar, ainda restará o primeiro prêmio."
- "Maomé, 278" - de Textos Islâmicos
"O conhecimento coroa os esforços com o êxito."
- "Máximas dos Játacas, 47" - de Textos Budistas
"O que o homem conhece, nem sempre se compara com o que ele não conhece."
- Chuang-Tzu
"O conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o conhecimento."
- Thomas Fuller
"O atractivo do conhecimento seria pequeno se no caminho que a ele conduz não houvesse que vencer tanto pudor."
- "Para Além do Bem e do Mal" - de Friedrich Nietzsche
"Logo que comunicamos os nossos conhecimentos, deixamos de gostar deles suficientemente."
- "Para Além do Bem e do Mal" - de Friedrich Nietzsche
"Só se conhece o que se pratica."
- Baron de Montesquieu
"Não se pode amar ou odiar quem não se conhece ainda."
- Leonardo da Vinci
"Todo o conhecimento é uma resposta a uma pergunta."
- Gaston Bachelard citado em "Fenômeno: uma teia complexa de relaçõas" - Página 215, de Julieta Beatriz Ramos Desaulniers - EDIPUCRS, 2000, ISBN 8574301345, 9788574301341 - 217 páginas
"Nunca ninguém se torna mestre num domínio em que não conheceu a impotência, e, quem aceita esta ideia, saberá também que tal impotência não se encontra nem no começo nem antes do esforço empreendido, mas sim no seu centro."
- Walter Benjamin
"Conhecimento é poder."
- "Leviatã" - de Thomas Hobbes
"Ninguém conhece tão mal os servos como o amo." — Francesco Guicciardini
"Termos consciência de sermos ignorantes é um grande passo para o conhecimento."
- "Sibila" - de Benjamin Disraeli
"Tudo o que não se conhece é tido por magnífico."
- Tácito
"Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros."
- Benjamim Franklin
"Esse dom de observação que se chama conhecimento do mundo, vereis que na maior parte dos casos serve para tornar os homens astutos e não propriamente para os tornar bons."
- Samuel Johnson
"Depois da virtude, é o conhecimento o que eleva um homem sobre os demais."
- Joseph Addison
"Se tens conhecimento, deixa que as outras pessoas acendam as suas velas na tua."
- Thomas Fuller
"Para bem conhecer os homens, é necessário primeiramente vê-los e praticá-los de perto, e depois estudá-los e meditá-los de longe."
- "Máximas" - de Marquês Maricá
"Só aquele que despreza a felicidade terá o conhecimento."
- Nur dem, der das Glück verachtet, wird Erkenntnis
- Nachlass und Biographie: Gedichte, Briefe, Bilder, Essays - Página 8, de Georg Trakl, Wolfgang Schneditz - Publicado por O. Müller, 1949 - 216 páginas
Impedir a disseminação do conhecimento é um instrumento de controle do poder, porque o conhecimento é saber ler, interpretar, verificar na pessoa e não confiar no que você diz. Conhecimento faz você duvidar. Especialmente do poder. De todo o poder.
- Fermare la diffusione del sapere è uno strumento di controllo per il potere perché conoscere è saper leggere, interpretare, verificare di persona e non fidarsi di quello che ti dicono. La conoscenza ti fa dubitare. Soprattutto del potere. Di ogni potere.
- Dario Fo in: la Repubblica, 13 de Junho de 2004
"É um lugar comum de nosso tempo afirmar que esta nação precisa de cidadãos bem informados. (...) Eu, pelo contrário, proponho que precisamos - em qualquer país verdadeiramente livre - de cidadãos que tenham conhecimento."
- BOORSTIN, D. Remarks by Daniel Boorstin, the Librarian of Congress, at White House Conference on Library and Information Science, Journal of information Science, p. 111-113, 1980. [1]
"Não é por causa da covardia da mulher, incapacidade, nem, sobretudo, por causa de sua virtude superior geral, que ela vai acabar com a guerra, quando sua voz for plena e claramente ouvida no governo de Estados - é porque, neste ponto, e sobre este ponto praticamente sozinho, o conhecimento da mulher, simplesmente como mulher, é superior ao do homem; ela sabe a história da carne humana, ela sabe o seu custo, ele não."
- It is not because of woman's cowardice, incapacity, nor, above all, because of her general superior virtue, that she will end war when her voice is fully and clearly heard in the governance of states — it is because, on this one point, and on this point almost alone, the knowledge of woman, simply as woman, is superior to that of man; she knows the history of human flesh; she knows its cost; he does not
- "Woman and Labor" - página 178, Olive Schreiner, Kessinger Publishing, 2005, ISBN 1417936460, 9781417936465, 308 páginas
"A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você. Só uma pergunta pode apontar o caminho para a frente."
- Jostein Gaarder
"Ciência é o conhecimento das consequências, e da dependência de um fato em relação a outro."
- Thomas Hobbes, filósofo inglês, conforme encontrado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 459
Tuesday, June 19, 2012
The Power Principle - I - Empire ; II - Propaganda ; III - The Apocalypse
"A gripping, deeply informative account of the plunder, hypocrisy, and mass violence of plutocracy and empire; insightful, historically grounded and highly relevant to the events of today.
This documentary is about the foreign policy of the United States. It demonstrates the importance of the political economy, the Mafia principle, propaganda, ideology, violence and force.
It documents and explains how the policy is based on the interest of major corporations and a tiny elite to increase profits and the United States governments own interests in maintaining and expanding it’s imperialistic influence.
Inside the United States this has been made possible with a propaganda of fear for the horrible enemies like the Soviet Union, Communists and so on and a love for “free markets”, “democracy”, “freedom” and so on.
Externally (and increasingly internally) this has caused massive poverty and suffering, genocide, war, coups, crushed unions and popular movements and environmental destruction."
Copy-Paste: Information Clearing House
Não há Democracias Grátis! Não há Liberdade Grátis! Não há Direitos Humanos Grátis! E o Preço começa a ser pago com Sangue, depois com Fome, Miséria, Devastação constitutivas, num moribundo estado reportado: "Em recuperação dos tempos da Tirania, Ditadura".
Friday, June 15, 2012
Como explicar o Amor.
Como explicar o AMOR
Contam que, uma vez, reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos homens, num lugar da Terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhe:
- Vamos brincar às escondidas?
A INTRIGA levantou a sobrancelha, intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: «- Escondidas? Como é isso?»
- É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem e, quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: a VERDADE preferiu não se esconder; para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir até à copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não se conseguia esconder, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPTIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou por se esconder num raio de sol.
O EGOÍSMO, pelo contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá em 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados; até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA. E começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre Zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Por mero acaso, encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
Ao EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo: ele saiu sozinho, disparado, do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
À DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca, sem decidir de que lado se esconder.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA numa cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, de quem já se tinham esquecido que estava a brincar às escondidas.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, se escutou um doloroso grito: os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser a guia do AMOR para sempre.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.
Contam que, uma vez, reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos homens, num lugar da Terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhe:
- Vamos brincar às escondidas?
A INTRIGA levantou a sobrancelha, intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: «- Escondidas? Como é isso?»
- É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem e, quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: a VERDADE preferiu não se esconder; para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir até à copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não se conseguia esconder, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPTIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou por se esconder num raio de sol.
O EGOÍSMO, pelo contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá em 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados; até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA. E começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre Zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Por mero acaso, encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
Ao EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo: ele saiu sozinho, disparado, do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
À DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca, sem decidir de que lado se esconder.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA numa cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, de quem já se tinham esquecido que estava a brincar às escondidas.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, se escutou um doloroso grito: os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser a guia do AMOR para sempre.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.
Friday, June 08, 2012
O menino que pregava pregos.
"O menino e os pregos."
Professora Vera Cristina Weissheimer *
Pessoas magoam-se diariamente. Algumas magoam outras pelo simples prazer de exercitar a sua autoridade travestida de autoritarismo, ou porque querem impor seu jeito de ver a vida... E não percebem que muitas vezes o seu é um jeito caolho. O poeta Carlos Drummond de Andrade tem razão: ninguém possui a verdade inteira. Temos, cada um, uma parte da verdade, mesmo achando que a temos por inteiro. Para pensarmos duas vezes (ou mais...) antes de magoar alguém, quero compartilhar uma história:
Era uma vez um menino que tinha sempre razão. O pai deu-lhe um saco de pregos e disse que, para cada vez que perdesse a calma, o filho deveria pregar um prego na cerca de madeira que rodeava a casa.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar seu temperamento, o número de pregos na cerca diminuiu gradativamente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que martelar pregos. Finalmente chegou o dia que o menino não perdeu a calma em nenhum momento. Contando a novidade a seu pai, recebeu uma segunda tarefa: deveria tirar da cerca um prego por cada dia em que não perdesse a calma. Os dias se passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer a seu pai que tinha retirado todos os pregos da cerca.
O pai o pegou pela mão e levou até a cerca: "Você fez muito bem, meu filho, mas, veja só os buracos que restaram na cerca. Ela nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estas.Você pode enfiar a faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpa, a ferida ainda esta lá. Um ferimento verbal é a mesma coisa que um ferimento físico."
Que Deus nos ajude a lembrar que nosso próximo não é uma cerca na qual podemos descarregar nossa mágoa e ferir enterrando pregos.
Professora Vera Cristina Weissheimer *
Pessoas magoam-se diariamente. Algumas magoam outras pelo simples prazer de exercitar a sua autoridade travestida de autoritarismo, ou porque querem impor seu jeito de ver a vida... E não percebem que muitas vezes o seu é um jeito caolho. O poeta Carlos Drummond de Andrade tem razão: ninguém possui a verdade inteira. Temos, cada um, uma parte da verdade, mesmo achando que a temos por inteiro. Para pensarmos duas vezes (ou mais...) antes de magoar alguém, quero compartilhar uma história:
Era uma vez um menino que tinha sempre razão. O pai deu-lhe um saco de pregos e disse que, para cada vez que perdesse a calma, o filho deveria pregar um prego na cerca de madeira que rodeava a casa.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar seu temperamento, o número de pregos na cerca diminuiu gradativamente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que martelar pregos. Finalmente chegou o dia que o menino não perdeu a calma em nenhum momento. Contando a novidade a seu pai, recebeu uma segunda tarefa: deveria tirar da cerca um prego por cada dia em que não perdesse a calma. Os dias se passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer a seu pai que tinha retirado todos os pregos da cerca.
O pai o pegou pela mão e levou até a cerca: "Você fez muito bem, meu filho, mas, veja só os buracos que restaram na cerca. Ela nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estas.Você pode enfiar a faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpa, a ferida ainda esta lá. Um ferimento verbal é a mesma coisa que um ferimento físico."
Que Deus nos ajude a lembrar que nosso próximo não é uma cerca na qual podemos descarregar nossa mágoa e ferir enterrando pregos.
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